Menu
Pesquisa
Pesquisa
Busca interna do iBahia
HOME > bahia > SALVADOR
Ouvir Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Facebook Compartilhar no X Compartilhar no Email

SALVADOR

Sexo, liberdade e romance: do que as mulheres gostam?

Por Saymon Nascimento, do A TARDE On Line

08/03/2008 - 8:36 h | Atualizada em 08/03/2008 - 12:00

>>Leia também: Salvador é recordista em mulheres chefes de famíla

"Casar? Palavra muito forte, comprometedora". A frase é da secretária Camila Sampaio. Se tivesse nascido há 50 anos, ela chegaria à juventude pensando no vestido branco de noiva, na casa de três quartos, com geladeira, fogão e sofá novos, além da batedeira para preparar a sobremesa predileta do marido. Mas aos 26 anos, esse tipo de pensamento passa longe de suas aspirações de mulher moderna. "Não acredito em relacionamentos, porque ninguém se leva a sério. Prefiro permanecer do jeito que estou agora, solteira, ficando com quem eu quero, sem dar satisfações a ninguém", dispara.

A teoria de Camila sobre o casamento foi reforçada após viver uma relação de quatro anos, que chegou ao fim há um ano. "Morei junto, mas não deu certo. E esse período foi bem esclarecedor sobre o que é a vida a dois. Intimidade é uma coisa linda, você acordar com o bafo do outro, ir ao banheiro de porta aberta. Mas quando cada um vive no seu canto, ainda tem aquela magia, sabe? Você se arruma, faz escova, tem aquele mistério. Com o casamento, isso acaba. Hoje em dia, prefiro encontrar tudo limpinho a ter que lavar cueca", diz.

Não se trata apenas de não morar na mesma casa - Camila quer voar alto, e casos fixos não fazem parte de seus planos. "Acabei de fazer um curso de comissária de bordo, e esse é o tipo de vida que não dá para conciliar com marido. Hoje você está aqui, outro dia, no exterior... É preciso ter liberdade". Nem os filhos estão nos projetos a curto prazo da secretária. Se tiver que ser mãe, posso procurar uma produção independente. Não confio nos homens, mas acredito na minha própria responsabilidade. Quando quiser ser mãe, não vou querer passar a obrigação para mais ninguém", diz, taxativa.

Questionada sobre o papel dos homens em sua vida, Camila não hesita: "Eles são essenciais, mas eu só quero companhia para satisfazer minhas necessidades físicas". No entanto, por mais contemporânea que seja a história da jovem, a mulher moderna não se define exclusivamente por esse tipo de comportamento, de acordo com a visão da psicanalista Ana Laura Pepe. Para ela, ainda há o anseio pela vida a dois. "As mulheres de hoje não deixaram de querer ter um companheiro. A diferença é que elas partem para relações mais eqüitativas, de parceria", explica.

A psicanalista afirma que a vida profissional oferece novas alternativas de realização para a mulher contemporânea. "Nos anos 70, se a mulher não conseguisse formar família, era o fim da linha. Hoje, ela pode se realizar profissionalmente e, de certa maneira, não ficar frustrada", diz. A consultora de negócios, Luciene Leal, 36, confirma a tese de que o casamento é perfeitamente conciliável com a vida profissional. "Quando me casar, não vou perder minha independência. É cada um com sua rotina, não muda nada. Trabalho desde os 12 anos e sempre ganhei meu dinheiro. Não nasci para depender de ninguém, mas o trabalho nunca atrapalhou meus relacionamentos", conta.

Pacto de liberdade - Para a estudante de Engenharia Sanitária e Ambiental, Audrey Borde, 24, "a melhor coisa de ser solteira é ser livre". Audrey não tem relacionamento fixo há um ano, quando terminou um namoro de três anos e fez um pacto com a irmã. "A idéia era ficar solteira até janeiro deste ano. Planejamos uma viagem por quatro países da América Latina, e não queríamos namorado por perto". Nos últimos dois meses, Audrey e Andréa viajaram de ônibus por Argentina, Uruguai, Chile e Bolívia, e já estão pensando em projetos para o ano que vem. "Queremos ir para o México e estamos pensando em renovar o pacto e continuar curtindo a solteirice".

O "curtir a solteirice", Audrey aprendeu no convívio com os homens, maioria numérica no curso universitário que freqüenta. "A gente percebe os truques, a malícia, o jeito de "dar um zig" na namorada. Não que eu vá fazer a mesma coisa, mas a gente acaba ficando com um pouco desse comportamento", assinala. Durante o período que esteve namorando, ela teve de agüentar os ciúmes do ex-namorado, que não gostava de vê-la cercada de homens. "Ele era muito ciumento, não segurava a onda. Agora que nos separamos, posso usar a roupa que eu quero. Também posso ficar com quem quiser, sem precisar dar satisfação".

Para o médico. Elsimar Coutinho, a liberdade sexual da mulher contemporânea é conseqüência de uma descoberta que já tem mais de 40 anos: "A pílula foi a maior das revoluções. Fez nascer a possibilidade de se poder fazer sexo e não engravidar. Tudo depois dela foi secundário. Claro que depois veio a AIDS, mas também veio a disseminação da camisinha. De qualquer jeito, aquela revolução hoje está completa", defende.

Romantismo sobrevive - A veterinária Eliane Raftley, 26, nunca namorou na vida, só ficou. "Quero casar, mas o difícil é encontrar alguém bom o suficiente para isso. Já estou chegando aos 30, a gente começa a sentir falta de um relacionamento duradouro, algo mais sério". Segundo a psicanalista Ana Laura Pepe, a vontade de Eliane ainda é muito comum entre as mulheres. "O casamento não deixou de ser um ideal feminino. As mulheres querem casar, ter filhos. Nem sempre dá certo, porque isso deixa a mulher sobrecarregada, já que os cuidados com a casa e a educação dos filhos não são compartilhados pelos homens. Esse tipo de mudança é muito gradual".

E mesmo decidida a não ter filhos, Eliane não esconde o lado sonhador. "Sou romântica. No fundo, quero mesmo é receber flores", diz.

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar no Whatsapp

Siga nossas redes

Siga nossas redes

Publicações Relacionadas

A tarde play
Play

Veja o momento que caminhão de lixo despenca em Salvador; motorista morreu

Play

Traficantes do CV fazem refém e trocam tiros com a PM em Salvador

Play

Rodoviários reivindicam pagamento de rescisão no Iguatemi

Play

Vazamento de gás no Canela foi ato de vandalismo, diz Bahiagás

x