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SALVADOR

Solução para mercado editorial baiano pode sair das universidades

Por Saymon Nascimento, do A Tarde On Line

28/10/2007 - 10:33 h

Câmara Bahiana do Livro, Fundação Pedro Calmon, Academia Baiana de Letras: as estatísticas sobre a produção literária baiana não podem ser encontradas em nenhuma dessas instituições. A falta de números não impede que a avaliação do mercado editorial no estado seja quase que unanimemente pessimista. A principal queixa é a incipiência de políticas governamentais em relação à produção literária local.

"O mercado aqui é péssimo, praticamente nulo", avalia a diretora da editora Corrupio, especializada em cultura negra e livros de fotografia, com a produção de Pierre Verger como carro-chefe. "Há muito pouco incentivo, o que é agravado pelo fato de que as bibliotecas não compram livros de editoras baianas. Cerca de 80% da nossa produção é vendida por meio de distribuidoras em São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro". Em 2007, a Corrupio só lançou dois livros, um deles em co-edição.

O professor de literatura da Universidade do Estado da Bahia Gildeci Leite, organizador da coletânea Vertentes Culturais da Literatura na Bahia, acredita no resgate de autores baianos por meio de iniciativas dentro das universidades: “Já que não temos editoras competitivas e não há interesse do mercado, as universidades deveriam tomar como missão a divulgação da literatura baiana, com a publicação por meio de suas editoras.”

Leite destaca positivamente a inserção do livro O Largo da Palma, do itajuípense Adonias Filho, na lista de obras do vestibular UFBA/UFRB. “É preciso ler clássicos não somente da literatura universal, mas também clássicos baianos, que as pessoas não conhecem. Não é xenofobia, mas conhecimento. Se o aluno de Ensino Médio não lê naturalmente, é preciso que haja o incentivo pela possibilidade de entrar na universidade. Estou propondo a inclusão de autores locais para a comissão de vestibular da Uneb”.

Gildeci Leite, autor do módulo de Literatura do curso Universidade Para Todos, também propõe a inserção de autores baianos no currículo dos cursos de formação de professores do estado.

Gilberto Amarante de Figueiredo, presidente da Câmara Bahiana do Livro, acha que o problema não é falta de produção criativa, mas sim a falta de condições para bancar impressão, distribuição, editoração. "Nossos poucos lançamentos saem quase todos do próprio bolso do autor. Tem de haver uma participação forte do estado no setor. Estamos conversando com a Assembléia Legislativa, e estamos confiantes de que eles saberão olhar para a cultura baiana".

Com a mudança de governo, a responsabilidade sobre as políticas culturais do estado em relação à literatura, passou da Fundação Cultural para a Fundação Pedro Calmon (FPC), que cuida das bibliotecas estaduais e do arquivo público. "Dez meses depois, a transição ainda não se realizou completamente, e não temos ainda a diretoria definitiva", diz o diretor da FPC, Ubiratan Castro. Ele diz que as atividades de edição estão provisoriamente comprometidas, mas prevê para o ano que vem a volta da publicação em selos do estado. Em novembro, a FPC deve lançar dois editais para premiação em dinheiro de autores, no valor total de R$ 200 mil. O prêmio Pedro Calmon abrangerá livros romance, poesia, História, infantil e conto. O prêmio Cuíca de Santo Amaro deve contemplar a produção de cordel.

Outros caminhos - Para quem não quer depender do estado, há poucas opções. Um dos raros casos de sucesso no mercado editorial baiano é a editora Casa da Qualidade, especializada em livros de negócios como "Cliente, eu não vivo sem você" e "Como Um Monge Atenderia um Cliente". "Dentro da nossa área, a Bahia não representa nem 5% do nosso mercado. Só estamos aqui por uma questão geográfica, porque somos daqui e gostamos da cidade", explica o editor Sérgio Almeida. "Ainda assim, cerca de 20% dos nossos autores são baianos Damos mais espaço ao estado do que a Bahia nos retorna em público".

Para Almeida, "o principal problema do mercado editorial, não só baiano, é a mentalidade do brasileiro, que gasta tranqüilamente R$ 20 em cerveja, mas acha livro caro. Na nossa área, isso está mudando devido à busca por excelência dos pequenos e médios empresários, que, para tornar seus negócios mais competitivos, estão sempre atrás de informação, o que aumenta a demanda por nossos livros".

Primo Maldonado, dono da livraria LDM e vice-presidente da Câmara Bahiana do Livro, acredita na produção editorial baiana, sobretudo na área acadêmica. "Temos destaques em diversas áreas, da Filosofia à Medicina. O reitor da UFBa [Naomar Almeida], por exemplo, é lido em todo o país. O problema é que, mesmo nessa área, quando os autores conseguem destaque, procuram editoras de fora. "Somos província no mercado editorial".

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