SALVADOR
Suspeito de agredir estudante em Ondina é denunciado pelo MP-BA
Por Daniel Genonadio* e Redação | Foto: Arquivo Pessoal e Reprodução | TV Bahia

Guilherme Machado da Silva, 21 anos, suspeito de agredir o jovem Cayan Lima Santana, 19, após uma festa em Ondina, foi denunciado na manhã desta quinta-feira, 29, pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), por tentativa de homicídio.
A agressão ocorreu no dia 3 de julho deste ano e de acordo com as investigações do MP-BA, Guilherme teria golpeado Cayan com socos no rosto e chutes no tórax e cabeça. O jovem teve traumatismo crânio-encefálico, chegou a entrar em coma e só recebeu alta sete dias depois do ocorrido.
A briga aconteceu após um desentendimento entre Guilherme e Cayan ainda na área verde do Othon, onde ocorria o evento 'HYPE!' e posteriormente houve a briga do lado de fora do espaço para eventos.
O denúncia foi apresentada ao MP-BA através do promotor Davi Gallo. "Após o fato, a Polícia Judiciária tomou conhecimento e instaurou um inquérito. Dias após, fomos procurados por familiares da vítima e também de algumas testemunhas. Assim, pedimos informações à autoridade policial e descobrimos que as imagens não tinham sido enviadas à perícia, além dos depoimentos que eram muito lacônicos. A partir disso instauramos um procedimento investigatório criminal. Nós analisamos todas as provas, encaminhamos as imagens e concluímos que se trata de um homicídio tentado na sua forma duplamente qualificada: vingança e a impossibilidade de defesa da vítima".
Procurado pelo Portal A TARDE, o promotor analisou as circunstâncias do caso e explicou o por que da denúncia realizada pelo MP tratar o crime como uma tentativa de homicídio duplamente qualificada.
"O crime é considerado duplamente qualificado. O homicídio simples diz matar alguém, mas a pena é agravada no momento que ele é cometido sob certas circunstâncias. A motivação do crime foi torpe, o que é um qualificador. Ele agiu pelo sentimento de vingança. Foi uma divergência anterior do amigo dele com a vítima. Essa é a motivação do crime. A outra qualificadora é que ele agrediu a vítima no exato momento em que ela sequer podia se defender. A vítima estava inconsciente e ele continuou atacando. Ou seja, ele se valeu de um recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Essas são duas qualificadoras que agravam o crime. Como ele não se consumou, ele fica na forma tentada. O crime não se consuma devido a circunstâncias alheias ao que ele queria", explicou o promotor Davi Gallo.
Segundo o promotor, a denúncia chegará a um juiz que analisará as condições processuais do documento. Logo depois, o réu (Guilherme) será convocado e terá um prazo de 10 dias para responder por escrito à acusação.
Davi Gallo também explicou que ainda não existem motivos para pedir a prisão de Guilherme, já que "em momento nenhum ele atrapalhou as negociações, não deu sinais de que vai fugir e não voltou a delinquir. Se ele tivesse feito uma dessas três coisas, seria autorizada o pedido de prisão dele. Ele tem nesse momento, por enquanto, o direito de responder o processo em liberdade".

Compartilhe essa notícia com seus amigos
Siga nossas redes