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A disputa por pontos de tráfico de drogas, deflagrada entre os dois maiores comandos de venda de armas e entorpecentes de Salvador, resultou em mais uma chacina, com quatro pessoas mortas e outras duas feridas. O ataque, três dias após a chacina que matou sete trabalhadores em Mussurunga, ocorreu na noite de terça-feira, 10, no Alto das Pombas, região da Federação.

Pelo menos 30 homens armados com submetralhadoras, escopetas e pistolas chegaram em dez veículos. Entre os baleados está o segurança do Cemitério do Campo Santo, Adilson Ferreira Damasceno. O que parecia apenas uma impressão foi confirmado, nesta quarta-feira, 11, por policias da 7ª CP (Delegacia do Rio Vermelho) e moradores da localidade: o ataque é resultado da guerra de tráfico de drogas entre grupos do Alto das Pombas e do Garcia – o primeiro associado ao traficante Genílson Lino da Silva, o Perna (transferido semana passada para o Presídio Federal de Catanduvas, Paraná), e o segundo, antes comandado por Éberson Souza, o Píti, assumido por comparsas após a morte dele.

O motivo seria a disputa pelo comando do tráfico em Salvador, além de uma dívida de R$ 35 mil em drogas e armas de Averaldo Ferreira da Silva Filho, conhecido como Averaldinho, líder no Alto das Pombas. Ele havia contraído a dívida com o traficante conhecido como Lobão, que domina pontos de venda de entorpecentes no Garcia. Averaldinho teria rompido acordo de paz com Lobão (ligado à quadrilha de Píti) e se associado a Perna.

Ataque - O grupo fechou duas das entradas das comunidades do Alto das Pombas e Calabar, na terça, por volta das 22h30, distribuídos em oito carros e duas motos. Dois automóveis chegaram pela Federação, enquanto outros seis, pela Avenida Centenário. Fortemente armados, já chegaram atirando. Paulo César Ferreira dos Reis, 27 anos, Roque Lázaro da Silva, 21, Gutemberg Santana Gouveia, 18, e Lucas Henrique Vieira da Silva, 27, foram mortos no ataque.

Após o tiroteio, os homicidas deixaram o bairro abrindo fogo contra residências. Na saída do Alto das Pombas, balearam o segurança Adilson Damasceno, que foi socorrido no Hospital Salvador, nas proximidades. Ele foi medicado e não corre risco de morte. Uma mulher que ainda não foi identificada foi atingida na perna, no interior de casa, enquanto tentava se refugiar dos tiros debaixo da cama.

A polícia já identificou alguns nomes como os responsáveis pelo ataque. Um deles é Leandro Floquet, acusado de traficar drogas no Calabar. De acordo com informações de investigadores, Floquet seria o “braço armado” de Lobão dentro da comunidade. “Ele não se conformava em ter perdido o ponto para Averaldinho”, confirmou uma moradora, que preferiu não se identificar temendo sofrer retaliação.

A polícia diz que Wallace dos Santos também teria participado da chacina, junto com José Henrique de Souza Conceição, ambos do grupo que era comandado por Píti e hoje é dominado por Cláudio Campanha e Maurício Vieira da Silva, o Maurício Cabeção. Os dois comandam a quadrilha de dentro do Presídio de Salvador, uma das unidades do Complexo Penitenciário do Estado, no bairro de Mata Escura.

“Eles são ligados a Píti e dão reforço quando atacam os pontos dos aliados deles”, explicou uma adolescente de 17 anos, moradora do Calabar. O Serviço de Investigação da 7ª CP também apura a participação de Windson Miranda, conhecido como Índio e um homem apelidado Mamau. Índio e Mamau são acusados de assassinatos a mando do bando de Píti.