MOBILIZAÇÃO
Trabalhadores do Itaú fazem protesto após demissões em massa
Manifestação acontece em frente à agência da Avenida Tancredo Neves, em Salvador
Por Da Redação e Rafaela Souza

Os trabalhadores do banco Itaú realizam protesto na manhã desta terça-feira, 7, na Agência da Avenida Tancredo Neves, em Salvador. Eles reivindicam o fim das demissões em massa, o combate ao assédio moral e se manifestam contra o fechamento de agências.
Um dos líderes da manifestação é o presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, vereador e ouvidor-geral da Câmara de Salvador, Augusto Vasconcelos (PCdoB). Ao Portal A TARDE, o parlamentar destaca que o movimento demonstra a preocupação com os profissionais e clientes que estão sendo 'prejudicados pela postura unilateral do banco'.
"O Itaú não está preocupado com os seus funcionários, a preocupação da direção é com a imagem da empresa. A manifestação visa hoje demostrar a sociedade que, por trás das belas propagandas patrocinadas pelo Itaú, tem profissionais adoecendo, perdendo o emprego e os clientes sendo prejudicados com o fechamento das agências, aumento dos juros e das tarifas bancárias", pontua.

Ainda segundo Vasconcelos, a mobilização reitera a importância de um canal de negociação entre os funcionários e a direção do Itaú.
"O sindicato está pressionando para que haja um canal de negociação para que a gente possa debater essa reestruturação que o banco tem implementado, além de combater o assédio moral e a pressão por metas que está absurda", afirma.
O diretor da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe e funcionário vinculado ao Itaú, Alan Gomes, diz que as medidas do banco devem ser combatidas tendo em vista o 'desrespeito com os profissionais que dependem dos seus empregos para viver'.
“Hoje é um dia de luta contra algumas ações desrespeitosas do Itaú, como demissões em massa, fechamentos de agências, assédio moral e o desrespeito geral para com seus trabalhadores e trabalhadoras. O banco vem descumprindo algumas regras que foram acordadas com as entidades sindicais do país e hoje tomamos a iniciativa de fechar essa agência da Avenida Tancredo Neves até o meio dia como uma forma de recado para a direção do Itaú”, diz.
O diretor reforça que na última quarta-feira, 1º, 27 profissionais foram desligados em todo o estado. Mesmo em meio às mudanças nacionais, o diretor considera que o cenário pode apontar um 'preconceito regional' com os estados nordestinos.
"É uma ação perversa nacional, mas notamos uma maior agressividade aqui na Bahia. Na Bahia, em menos de 24 horas, foram menos 27 trabalhadores. No Rio de Janeiro, foram 20 trabalhadores. A quantidade não justifica porque são mães e pais de famílias que precisam do emprego. O que acontece é que a praça do Rio de Janeiro é quatro vezes maior que a da Bahia. Fazendo todo esse apanhado, a agressividade foi muito maior aqui na Bahia, aí cabe até uma questão de preconceito regional. Mesmo com o mercado financeiro concentrado no sudeste, o nordeste também faz parte do lucro desse banco", frisa.

Além das demissões em massa, a manifestação repudia o assédio moral que seria praticado pela empresa com os funcionários. Funcionária do Itaú há mais de 30 anos, Andréia Sabino, que também é diretora de Saúde da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, revela que a postura apontada não é uma novidade para os trabalhadores. Ela relata que precisou recorrer à Justiça para ter os seus direitos respeitados e assegurados pelo banco quando estava doente.
“Eu sou funcionária do Itaú há 33 anos e esse comportamento já vem acontecendo há muito tempo. Eu sou uma das pessoas que já foram demitidas. Eu fui demitida quando estava doente e precisei recorrer à Justiça para ser reintegrada, passei por todo sofrimento psicológico. E quando voltei a trabalhar, o banco me transferiu para Ilha de Itaparica para poder contribuir ainda mais para esse sofrimento. É a forma de castigo do banco com os funcionários que estão adoecidos. Então, o Itaú comete muitos abusos, muitos absurdos. Ele castiga bastante os funcionários e a gente precisa combater e lutar contra isso. É um banco que lucra muito e não valoriza os funcionários e nem os clientes”, declara.

Como o protesto acontece exatamente em frente a agência, não causa reflexos no trânsito da Avenida Tancredo Neves, que flui normalmente. Em resposta ao Portal A TARDE, o Itaú disse que não vai se pronunciar sobre o caso.
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