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SALVADOR

Um bairro que é pura história

Por Zezão Castro, do A TARDE

28/09/2007 - 20:50 h

>>Conte uma história sobre o seu bairro e veja mais fotos do Barbalho

“Aos 18 de maio de 1638 sahindo Luiz Barbalho deste reducto destroçou definitivamente as tropas de Maurício de Nassau”. A placa está lá na entrada do Forte do Barbalho, atestando o início deste histórico bairro e destacando sua participação como um dos principais baluartes na expulsão dos holandeses da Bahia no século XVII.

A aura histórica paira por ali, embora o histórico forte tenha se tornado depósito de lixo, tendo parte de seu equipamento sucateado e sofrendo intervenções arquitetônicas inoportunas, como a construção de uma parede de cimento e o entupimento de uma de suas guaritas com entulho. A maioria dos imóveis históricos já foi demolida para dar lugar a prédios e casas. O mais bem conservado é de nº 33, na Ladeira do Arco.

A riqueza maior do Barbalho hoje em dia é ser um pólo educacional aglutinando cerca de 10 mil alunos da rede pública. Só no Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia (Cefet) – antiga Escola Técnica Federal da Bahia – estudam 3, 5 mil alunos, seguido pelo Instituto Central de Educação Isaías Alves (Iceia) com 3 mil alunos, Escola de 1º Grau Getúlio Vargas 2, 8 mil e pelo Colégio Estadual Professora Suzana Imbassahy, 551 alunos.

Em função deste grande número de alunos com celulares a tiracolo, as imediações do Iceia também atraem ladrões. “Violência tem em todos os bairros, mas às vezes estou aqui na varanda e vejo, em frente ao Iceia, abrir uma roda de gente. Na semana passada duas pessoas assaltaram alunos de moto”, conta a professora aposentada Eunice Silva dos Santos, 63 anos.

Nas cercanias do Iceia, um imenso mercado se estabeleceu: vendedores de cintos, presilhas, banana, relógio, sapatos e revistas, de lanches. Até um especialista em consertar sombrinhas existe. Os preços se iniciam em R$ 3. “Mas aí depende. Pode ser uma relíquia, que tenha peças difíceis”, explica o camelô Manoel Luís de Freitas, 47 anos, conhecido por ali como Luis da Sombrinha. Morador de Cajazeiras, ele está há sete consertando sombrinhas e guarda-chuvas.

ELITIZADO – Dentro do Barbalho há um trecho que é a parte mais elitizada, conhecida como Lanat, que tem entrada única pela Rua Aristides Áttico, uma rua circular, calma, destacando-se do restante do bairro. É formada, em sua maioria, por casas e prédios de até três andares. Tem até uma escola montessoriana para os pais que não gostam dos métodos tradicionais de educação. Outro recanto do bairro, em termos de moradia calma, é a Rua Professor Artur Mendes de Aguiar, nas proximidades do Iceia, também chamado de Jardim Esperança.

Ali trabalha, há 29 anos, o zelador Balbino de Jesus Figueiredo, 29 anos. “Só sai daqui quem tem grana para ir a outros bairros maiores porque o patamar de vida é estável e aqui é calmo”, elogia. A rua onde trabalha é a única do bairro que tem acesso vistoriado, pois há uma guarita no local, que vigia também o Posto de Saúde Dr. Péricles Esteves Cardoso, único do Barbalho.

Em atendimento na área de saúde pública o bairro é pobre, mas o quadro se reverte quando quando passa ao atendimento particular. Numerosas clínicas se espalham por ali, cobrindo desde a área oftalmológica à cardíaca, passando pela ortopédica: destacam-se Climolab, Insbot, Clab e Cemeb, dentre outras.

O Barbalho está inserido no circuito cívico das festas do 2 de Julho. Na Rua São José de Baixo passa o cortejo do caboclo e da cabocla, que sai do vizinho bairro da Lapinha a caminho do Campo Grande e por ali passam na volta.
Fora isso, em termos boêmios, o Barbalho é uma lástima. A maioria da população acorre ao Santo Antônio Além do Carmo, no Pelourinho.

Bem localizado, situa-se entre a Soledade, Sete Portas, Nazaré, Macaúbas, Santo Antônio e a Invasão do Pela Porco. De dia é uma agonia só, com centenas de ônibus passando pela frente do Iceia. A população dalialiás, não tem o que reclamar e ônibus e os empresários dosetor idem. Pela noite há uma calmaria que espanta. Principalmente nos fundos do forte, que é mal iluminado. A Ladeira do Funil continua sendo palco de assaltos.

Com localização privilegiada, o bairro tem acesso ao Aquidabã através da Ladeira do Aquidaban, às Sete Portas pela Ladeira do Funil, e à Nazaré pela Ladeira do Arco, que começa no Viaduto do Aquidabã. Para chjegar ao Pelourinho é mais fácil ainda, basta cruzar a Ladeira da Água Brusca.

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