SALVADOR
Urna tupi-guarani pré-colonial é encontrada durante obra na Av. Sete

Por Da Redação

Uma peça em cerâmica, que provavelmente é uma urna de sepultura tupi-guarani pré-colonial, foi descoberta nesta sexta-feira, 17, na avenida Sete de Setembro, em Salvador, durante a obra de requalificação da via e da Praça Castro Alves. Encontrado próximo ao Relógio de São Pedro, o material, de forma oval, mede 80 cm de comprimento e 60 de largura.
Segundo informações da prefeitura, trata-se de uma tampa e de um vasilhame com um corpo sepultado. Há indícios de que o corpo seja de um homem, provavelmente um índio tupi-guarani, que pode ter vivido em Salvador entre os séculos XIV e XVI. A urna é o primeiro indício da tribo tupi-guarani descoberto em Salvador.
“O vasilhame tem decoração na parte interna, um indicativo de que foi confeccionado para um ritual de enterramento. O corpo dentro da urna também nos evidencia isso. O material que forma a cerâmica e a pintura nos trazem sinais de que é uma urna tupi-guarani. Para mim, não há dúvidas. A arqueologia ainda não tinha encontrado um vestígio material da existência desses índios. É a primeira urna pré-colonial a ser encontrada em Salvador e pode auxiliar a contar a história da presença desses indígenas aqui”, afirmou o arqueólogo coordenador da obra, Claudio Cesar de Souza e Silva, em nota da Prefeitura.
O resgate do material restante está em andamento. Em agosto de 2019, restos de uma tupi-guarani já haviam sido encontrados pela equipe de arqueologia.
De acordo com a prefeitura, mais de 12 mil artefatos históricos foram retirados da avenida Sete e da Praça Castro Alves pela equipe de arqueologia da obra. Além das estruturas fixas, foram encontrados ossos humanos, moedas, cachimbos, uma bala de canhão, garrafas de vidro, contas de colares e faianças (cerâmicas) portuguesas do século XVI.
No Relógio de São Pedro, também foram encontradas estruturas da Igreja de São Pedro e uma fonte de água. Uma imagem de Nossa Senhora do Rosário ou da Saúde foi outro achado da via.
O trabalho de arqueologia é dividido em três etapas: prospecção, resgate e monitoramento, sendo autorizado previamente pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O terceiro trecho (entre o Relógio de São Pedro e o Sulacap) passa pelo resgate dos materiais do solo. No término das obras, todos os materiais serão transportados e disponibilizados para estudo no Centro de Antropologia e Arqueologia de Paulo Afonso.
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