SALVADOR
Vereador critica negociação em meio a greve iminente dos rodoviários
Atualmente em campanha salarial, os rodoviários pedem um reajuste entre 10% e 11%
Por Daniel Genonadio
A população de Salvador acompanha apreensiva enquanto os rodoviários, já em estado de greve, ficam próximos de paralisarem as suas atividades na cidade. O movimento acontece em meio a falta de acordo com os empresários acerca do reajuste salarial solicitado neste ano.
Entrevistado programa Isso é Bahia, da rádio A TARDE FM, nesta quarta-feira, 10, o diretor do Sindicato dos Rodoviários e vereador, Tiago Ferreira (PT), culpou as gestões municipais de ACM Neto e Bruno Reis pelo colapso do sistema de transporte público de Salvador. Também explicou a possível paralisação da categoria.
"Nós temos que seguir o rito de greve. Já houve os cinco dias da publicação do estado de greve e vamos continuar estabelecendo as negociações. Já estivemos com o prefeito Bruno Reis na tentativa dele intermediar as questões salariais e trabalhistas da antiga CSN. A promessa, com a assinatura da minuta era de 30 dias e já se passaram dois anos", declarou, enquanto explicou toda a questão envolvendo os trabalhadores e os terrenos da antiga empresa de transporte público.
Atualmente em campanha salarial, os rodoviários pedem um reajuste entre 10% e 11%, aumento no tíquete alimentação, compensação de horas extras e a permanência dos cobradores nos veículos, a categoria pleiteia ainda o pagamento das rescisões dos ex-funcionários da extinta CSN. Na próxima quinta-feira, 11, em assembleia na Estação da Lapa, os rodoviários irão decidir se entram em greve. A partir daí, eles terão o mínimo 72 horas para realizar a greve.
"Essa negociação com os empresários está atrasada. Fomos conversar com o prefeito e falamos muito mais dos terrenos da CSN, do que propriamente da campanha salarial. Eles alegam que não há possibilidade alguma de dar aumento. Nós pedimos a inflação do período mais 5%. A gente já conhece como as empresas de trabalho e vamos pedir intermediação da delegacia regional do trabalho para mediar. Nosso objetivo central não é fazer greve, mas resolver o problema dos trabalhadores", falou.
"Nós defendemos um subsídio no transporte. Hoje, a população paga o preço sozinha. Nós sabemos que o preço do diesel, equipamentos, peças, cresceu muito no governo Bolsonaro. Não houve a renovação de frota como prometido e isso foi deixando os carros mais velhos, aumentando o prejuízo", acrescentou.
Tiago Ferreira seguiu com críticas ao ex-prefeito ACM Neto (União), responsável pela criação da Integra, uma mudança radical no sistema de transporte público. Do mesmo grupo político, Bruno Reis (União) foi criticado pelo imbróglio envolvendo a CSN e retirada de linhas de ônibus dos bairros de Salvador.
"Entendemos que toda essa problemática do transporte foi fruto da má gestão do ex-prefeito ACM Neto e de Bruno Reis. Os trabalhadores e sindicato são vítimas dessa política. Antes se tinham 18 empresas, que se reduziram duas e a Plataforma com risco de acontecer o que aconteceu com a CSN. São 10 meses sem pagamento do FGTS", disse.
"Eu acredito que está ruindo [o sistema]. As gestões estão especialistas de quebrar empresas de ônibus em Salvador. Nós operávamos em Salvador com, em torno de 2.500 ônibus e hoje opera com 1.700. Não foi feito a reposição dos ônibus da antiga CSN para dar melhor atendimento à população. Na contrapartida, a Semob vai tirando várias linhas em bairros, de forma desrespeitosa", completou o vereador.
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