CONSEQUÊNCIAS DAS CHUVAS
Vereadora critica ações da Prefeitura para moradores de encostas
Marta Rodrigues diz que “botar a sirene para tocar” não é suficiente para atender pessoas que estão em risco
Por João Guerra
A vereadora de Salvador, Marta Rodrigues (PT), criticou nesta segunda-feira, 18, a atuação do prefeito Bruno Reis (União Brasil) no apoio às pessoas que moram em regiões de encosta e que estão em risco por causa das fortes chuvas que caem na capital baiana desde o último sábado, 16.
“Não é botar a sirene para tocar e pronto. As pessoas ficam sem saber o que fazer, para onde ir. Vão para onde? Para a rua, para a chuva? Onde devem se abrigar, já que precisam sair de suas casas e estão em situação de risco?”, questionou a vereadora em conversa com o grupo A TARDE.
Para a edil, a gestão municipal possui os dados dos institutos de pesquisas que preveem o tempo e, com eles em mãos, é capaz de tomar decisões e saber os lugares onde terão maior precipitação de chuva naquele dia. "Com isso, as estratégias de acolhimento das famílias que eventualmente precisem sair de casa podem ser mais acertadas e as pessoas poderão saber para onde se deslocar e se abrigar. Não dá só para criar o pânico e dizer que vai cair e desabar. Com o mapeamento dos locais de risco e onde vai cair mais chuva, dá para saber onde está a prioridade de apoio às famílias e onde elas serão alojadas”.
Marta Rodrigues argumenta ainda que a situação das consequências das chuvas na capital da Bahia “não é caso de última hora”, visto que a cidade sofre com essa situação há muito tempo. “Salvador tem uma geografia acidentada e, muitas vezes, as pessoas não têm onde morar e acabam construindo nesses locais de encostas. Muitas moram ali não por escolha, mas por necessidade”.
Diante disso, de acordo com ela, a prefeitura tem faltado em dar uma assistência técnica para a segurança desses soteropolitanos. “É preciso ter um acompanhamento e a prefeitura nunca colocou isso em prática. Tanto a gestão anterior, quanto a atual”.
Revisão do PDE
A vereadora disse ainda que é preciso revisar o Plano Diretor de Encostas (PDE) de Salvador para mapear com precisão o número de áreas de risco na capital baiana que, segundo ela, está desatualizado desde 2004. Ela diz ainda que não há mais espaços para medidas paliativas ou temporárias para a cidade tratar as consequências das chuvas.
“Nessa atualização, não basta apenas ouvir os técnicos, não desconsiderando o conhecimento que precisa ser empregado para solucionar essa situação, mas é preciso escutar as pessoas que moram nessas encostas, para saber suas necessidades e ter uma visão mais ampla na construção do PDE”, apontou.
Geomantas e orçamento
Rodrigues criticou também a aplicação de geomantas e outras medidas paliativas como medidas de proteção das encostas para diminuir os riscos de deslizamentos. Como exemplo, citou o deslizamento que aconteceu no Ogunjá. “Essa foi uma estrutura privada. Ainda bem que ninguém se feriu, mas muito nos preocupa a falta de fiscalização da prefeitura e como materiais de soluções provisórias têm sido aplicados”.
“Outra forma de solução provisória que também nos preocupa são as geomantas. Esse material, instalado por toda a cidade durante as gestões de ACM Neto e Bruno Reis, são mais fáceis de deteriorar e duram menos tempo. Nas andanças que faço, já vi algumas danificadas e com buracos”, apontou a vereadora.
A vereadora petista critica também a verba municipal que a prefeitura destinou para a Defesa Civil no ano de 2022. Segundo ela, o orçamento destinado para esse fim pelo Executivo municipal foi de R$ 9 milhões enquanto o que o orçamento de Publicidade é de quase R$ 74 milhões para este ano. “Não dá pra ficar fazendo propaganda, maquiar a cidade e não cuidar de gente. A prefeitura precisa fiscalizar mais e investir mais também”, finalizou.
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