BAHIA
Baía-de-Todos-os-Santos pode ter Plano Diretor em 2020
Por Márcio Walter Machado*
As potencialidades socio-econômicas e a preservação da Baía de Todos-os-Santos (BTS) e cidades de seu litoral foram o tema do primeiro congresso "Baía de Todos-os-Santos - Capital da Amazônia Azul", realizado pelo grupo Kirimurê, na sede da Academia de Letras da Bahia (Nazaré), na tarde desta segunda-feira, 11. O congresso reuniu políticos, empresários, jornalistas e membros da sociedade civil para discutir também os aspectos geo-históricos e a criação de planos para o desenvolvimento da região. A ideia é construir, ano que vem, um Plano Diretor para a Baía.
Segundo o arquiteto e urbanista Lourenço Mueller, um dos organizadores do evento, o congresso visa chamar a atenção da população sobre os mais diversos assuntos, mas especialmente aqueles que tratem de elaborar planos para a preservação de uma das mais importantes baías do mundo. De acordo com Mueller, todas as ideias debatidas serão separadas em propostas e ações a serem executadas.
"A partir disso, poderemos então preparar um segundo congresso no ano que vem. O intuito é elaborarmos um Plano Diretor, englobando todos os estudos feitos sobre a Baía de Todos-os-Santos em que cada setor específico, desde aquele que lida com o uso e ocupação do solo àquele que trata da geração de emprego, possa ser contemplado", disse Mueller.
O velejador Aleixo Belov, um dos patrocinadores do evento, falou emocionado sobre a importância da Baía para ele e habitantes da região. “A Baía de Todos-os-Santos é minha segunda mãe. Foi ela que me forjou o homem que sou hoje. Então, quando a gente chega de longe em um lugar e é bem-recebido, e esse lugar nos traz sucesso, a gente tem de devolver aquilo que recebeu”, disse Belov.
O secretário Municipal de Sustentabilidade Inovação e Resiliência (Cesis) de Salvador, André Fraga, ressaltou a importância da criação de um Plano de Manejo: "minha expectativa é que a gente olhe a Baía de Todos-os-Santos sob a perspectiva da Área de Proteção Ambiental (APA), e, através do Plano de Manejo, consiga desenhar ações bem objetivas e práticas que possam contribuir com o desenvolvimento desse que é um dos ativos mais importantes do nosso estado", frisou.
Fraga também defendeu que é preciso entender o enorme potencial da BTS e levar em consideração os processos de mudanças climáticas que modificarão os aspectos físicos e biológicos dos mares e oceanos em todo o planeta. Para o gestor da Cesis, “com uma agenda local, é necessário pensar também em termos globais", concluiu.
Além da questão ambiental, o Congresso Kirimurê - nome da BTS em língua tupinambá -, também discutiu a questão do trabalho, da população e tradições das cidades do Recôncavo, como a revitalização do comércio por saveiros. De acordo com o vice-presidente da Associação de Saveiros, Roberto Bezerra, a Baía de Todos-os-Santos "está perdendo suas embarcações históricas, que são uma obra de arte, desde a escolha da madeira para sua confecção, e uma atividade milenar".
Já o secretário estadual do Turismo, Fausto Franco disse que o diálogo fomentado pelo congresso é "importantíssimo, uma vez que o turismo náutico é uma das grandes bandeiras da Secretaria do Turismo [Setur]".
Segundo Fausto, a Setur, junto com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), está investindo cerca de 78 milhões de dólares em infraestrutura, como atracadouros e marinas, assim como na melhoria da formação de mão-de-obra. "Não adianta ter um atracadouro, um museu, uma marina, se você não consegue qualificar o trabalhador e incutir nele a importância do turismo para o desenvolvimento local", explicou.
*Sob a supervisão da jornalista Regina Bochicchio
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