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TRATAMENTO

Cannabis vai tratar a dependência de álcool e crack; saiba como

Associação vai expandir atendimento para incluir pessoas com dependência de álcool e crack

Priscila Dórea

Por Priscila Dórea

29/07/2025 - 5:44 h
A instituição Corra para o Abraço, no Pelourinho, uma das aprovadas no edital
A instituição Corra para o Abraço, no Pelourinho, uma das aprovadas no edital -

Uma das aprovadas na segunda edição do edital de Pontos de Cuidado da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (Seades), a Associação para Pesquisa e Desenvolvimento da Cannabis Medicinal no Brasil (Cannab) irá expandir seus atendimentos para incluir pacientes que fazem uso problemático de substâncias como álcool e crack.

A associação atende, de forma gratuita, mais de 3 mil famílias em vulnerabilidade social que necessitam de tratamentos à base de canabinóides e agora está buscando firmar parceria com as outras 13 contempladas pelo edital - cada uma delas recebeu R$430 mil - para aumentar ainda mais a sua rede de atendimento.

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"É um verdadeiro divisor de águas ser contemplada por um edital robusto desses. Legitima nosso trabalho e ajuda a quebrar estigmas e preconceitos que a sociedade ainda tem contra a cannabis. É um investimento enorme do Governo da Bahia destinado à população vulnerável e que acho que nunca foi feito por nenhum outro estado", explica Leandro Stelitano, fundador e presidente da Cannab - que hoje possui nove médicos voluntários.

Entre as outras entidades aprovadas estão, por exemplo, a Associação Beneficente, Cultural e Religiosa do Terreiro Unzó Tatêto Lembá (Terreiro de Lembá), o Movimento Indígena da Bahia e a Iniciativa Negra por uma Nova Política de Drogas, que tem a Renata Nascimento como assessora de projetos. A Cannab já fez os primeiros contatos com a Iniciativa Negra para firmar parceria e Renata ressalta a importância das entidades atuarem em rede dessa forma.

"Ainda estamos pensando nas estratégias para expandir essa rede e ver quais serviços uma organização pode fornecer para a outra, e assim ajudar essa população nas mais diversas frentes. Agora estamos nesse processo de diálogo para sabermos o que cada Ponto de Cuidado irá fornecer, o que no futuro pode até se tornar uma ação específica com um Ponto de Cuidado levando seus serviços para outro, por exemplo. Esse edital tem duração de 18 meses e ao final dele desejamos, inclusive, criar um mapa dos Pontos de Cuidado da Bahia para a população saber onde ir”, explica Renata Nascimento.

Cuidado sem estigma

Para o superintendente de política sobre drogas da Seades, Gabriel Oliveira, primeiro é preciso reconhecer que o cuidado é a principal e melhor estratégia para lidar com o contexto de uso problemático de substâncias, “E então reconhecer que esse cuidado já existe no âmbito comunitário e quando o Estado reconheceu isso, a possibilidade de parcerias surgiu. É oferecer cuidado sem estigmatização ou repressão, e com a Cannab encontramos ainda a importante oportunidade de aproximar o poder público dessa experiência deles com o uso de cannabis medicinal para atender o público vulnerável”, afirma.

Conseguir alcançar e atender ainda mais gente é o que torna o edital tão importante para a Cannab, afirma a psicóloga da associação, Ana Carolina Fernandes. "Isso vai aumentar as nossas trocas com outras entidades ajudar a diminuir o preconceito contra a cannabis, sobretudo levando em conta o quanto o seu óleo, se devidamente prescrito por um profissional, ajuda nos mais diferentes quadros: redução de ansiedade e estresse, melhora de humor e depressão persistente. Na dependência química, de álcool e nicotina, por exemplo, o óleo de cannabis reduz o número de recaídas o que, junto com o atendimento integral, educa e guia o paciente para a melhora", explica.

Ajudar nos sintomas de epilepsia, esclerose múltipla, Parkinson, dores crônicas, autismo e até propriedades anti-inflamatórias e analgésicas - sendo útil em condições como artrite e fibromialgia -, estão entre os benefícios da cannabis medicinal.

Barreiras

"As possibilidades são muitas, mas ainda há muito desconhecimento sobre esses benefícios, assim como pessoas que não se propõem a conhecer esses benefícios. Há ainda barreiras econômicas e jurídicas que afastam o público vulnerável desses tratamentos, mas a Cannab vem tentando mudar esse cenário”, explica a assistente social da Cannab, a mestra em estudos étnicos e africanos Beatriz Portela.

Coordenador da Superintendência de Políticas Sobre Drogas e Acolhimento a Grupos Vulneráveis (Suprad) da Seades - secretaria responsável pelo programa Corra Para o Abraço -, João Miguel Chaves Almeida afirma que é preciso atuar com diversidade do campo da política de combate às drogas. "Por isso a Cannab, que faz pesquisa para o desenvolvimento de terapias com canabidiol, foi contemplada pelo edital. O cuidado com a pessoa que faz uso de álcool e outras drogas tem que ser múltiplo e envolver profissionais de diversas ações e de diversas frentes, para reduzir danos e oferecer o melhor cuidado”, afirma.

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Tags:

cannabis cannabis medicinal, crack

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