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09/07/2024 às 6:00 - há XX semanas | Autor: Priscila Dórea

BUSCA ESTÉTICA

Complicações em procedimentos estéticos preocupam especialistas

Produtos como acrílico e fenol, e profissionais desqualificados, são causas de complicações e mortes

Profissional não qualificado não sabe lidar com problemas
Profissional não qualificado não sabe lidar com problemas -

A busca pela dita “perfeição estética” e a horda de pessoas se auto intitulando profissional, têm deixado a área médica em alerta quanto às consequências dos procedimentos estéticos. “Em 30 anos de carreira, nunca atendi tantos pacientes com complicações por causa de procedimentos estéticos como agora. São casos de micobacteriose (bactéria oriunda de objeto contaminado), pápulas (lesões sólidas) no rosto e no decote, e muitas complicações que nunca havia visto nesses anos de atuação”, garante a médica dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SDB) Regional Bahia (RQE 3421), Constança Pithon.

Dentre os produtos mais usados nesses procedimentos, está o PMMA (o polimetilmetacrilato, que nada mais é do que acrílico) cuja aplicação, feita em Goiânia, causou a morte da influenciadora brasiliense Aline Ferreira no último dia 2, e o fenol (ácido que provoca uma reação inflamatória na pele e sua descamação), que causou a morte do empresário paulista Henrique Silva Chagas em 3 de junho, em São Paulo. Em ambos os casos as supostas profissionais não eram qualificadas e não sabiam o que fazer caso algo desse errado - algo crucial.

Ninguém está livre de ter complicações, aponta Constança Pithon, o problema é não saber o que fazer quando ela acontece. “São pessoas com falsa titularidade, sem formação e usando produtos de origem duvidosa, sem saber dos riscos ou como conduzir caso haja complicação. Hoje há essa banalização da estética, com muita gente agindo como se não houvesse risco, a chance de causar mortes, ou fazer a pessoa perder funções, ter graves infecções e precisar de um longo tratamento para reverter”, explica a dermatologista.

E da forma que isso é levado para a população nas redes sociais, “não parece ser algo que irá parar de acontecer tão cedo”, lamenta Constança, que afirma que esse boom de pacientes com complicações teve início depois da pandemia da Covid-19. Um dos procedimentos que mais precisam de cautela é o peeling de fenol, explica a médica dermatologista clínica e cirúrgica, Ariene Paixão, membro da SBD Regional Bahia (RQE 2705), pois mesmo com avaliação e um tratamento pré-peeling, as complicações podem ser diversas.

“Desde hipercromia residual (desordem de pigmentação), herpes ativada no pós-procedimento cirúrgico, infecções e até cicatrizes nos peelings profundos”, aponta ela. A verdade, salienta o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb), Otávio Marambaia, é que qualquer procedimento feito por um profissional não preparado, “tem tudo para dar errado, independente do material que seja usado”. A melhor forma de encontrar um profissional qualificado é verificar sua formação, inclusive ligando para o conselho de sua área de atuação para confirmar os dados.

Impunidade incentiva

De acordo com o presidente da Cremeb, a Lei do Ato Médico 12.842/2013 já é suficiente para punir esses falsos profissionais. “Infelizmente, há ainda essa política de impunidade do país. Se as pessoas soubessem que seriam punidas, não iriam se aventurar a fazer procedimentos médicos não sendo médicos. Mas a lei existe e é preciso que as pessoas denunciem quando tiverem qualquer problema relacionado aos seus tratamentos”, afirma Otávio Marambaia, ressaltando que o número de denúncias feitas ao Cremeb vem crescendo.

Para o cirurgião dentista, professor da UFBA e presidente licenciado do Conselho Regional de Odontologia da Bahia (CRO-BA), Marcel Arriaga, a falta de uma legislação que dê limites e puna essas pessoas é um dos agravantes. “Mesmo como dentista, um dos profissionais que mais estuda as áreas da cabeça e do pescoço, posso realizar procedimentos preenchedores, mas não posso fazer nada cirúrgico no nariz, por exemplo. Existem restrições no que posso fazer e ter o entendimento desse limite em sua área de atuação é fundamental. Esteticistas não estão habilitados para procedimentos invasivos, então procure um profissional adequado”, aconselha.

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