AVISOU QUE IRIA MORRER
Confira os últimos relatos da baiana morta em SP: "sangue jorrando"
Thamires foi encontrada morta com uma faca no pescoço. Companheiro está preso
Por Da Redação
Transcrições de áudios que foram enviados por Thamires Ramires Nascimento para o irmão, Murilo Nascimento, demonstram o cenário de terror físico e psicológico vividos pela jovem baiana de 26 anos no relacionamento com Alberto Antônio Silva dos Santos, 33 anos. Ele é apontado pela polícia paulista como o principal suspeito de cometer o crime.
Thamires e Antônio nasceram em Inhambupe, no interior da Bahia, mas moravam em um imóvel na cidade de Jandira, região metropolitana de São Paulo, local onde ela terminou sendo morta com golpes de faca no pescoço, segundo a polícia, desferidos por Alberto. O crime aconteceu no dia 11 de dezembro.
Para facilitar a compreensão, os áudios de Thamires foram transcritos e demonstram como era a relação do casal. "O Alberto, ele é manipulador. Ele fala, fala, fala e depois ele diz que não fez isso, que não falou isso, que não falou aquilo. Mas o Alberto é o tipo de uma pessoa que ele ta me ameaçando. Ele está tentando me oprimir, de certa maneira. Na sexta-feira mesmo, ele chegou, e eu estava fazendo faxina na minha casa. Chegou, bagunçando tudo, tentando me oprimir, falando que ia arrancar meu pescoço, que a vontade dele era tirar minha cabeça e ver o meu sangue jorrando", desabafa a jovem.
Em outro trecho ela confirma que mesmo morando na mesma casa, eles já estariam separados. "Se ele chegar dentro de casa e não falar boa noite, nem bom dia, nem boa tarde, eu não respondo nada. É tanto que eu estou gastando todo meu vale refeição e a alimentação fora de casa. Eu não tenho necessidade disso. Eu posso muito bem fazer minha feira dentro de casa. E fazer minha comida e levar todo dia minha marmita dentro de casa. Mas ele está me deixando de um jeito. Sabe, ele está tentando me oprimir".
Thamires também relata para o irmão abusos sexuais. "Ele chegou dentro de casa ontem, disse assim: você não vai ter relação comigo, não? E começou a me xingar, porque ele quer que eu tenha relação com ele. E eu não estou aguentando mais. Porque ele está me oprimindo demais. Se ele me dava uma calça e eu não dizia obrigada, ele simplesmente pegava e rasgava a calça, cortava. Jogava fora. Me xingava de p***, vagabunda. Entendeu?".
De acordo com a jovem, o comportamento do suspeito passou a mudar após ela se tornar independente financeiramente. "E sabe o que o Alberto gosta de fazer? Ele gosta de querer me oprimir. Porque ele tá vendo que eu tô saindo sozinha, vou pro shopping, tô comprando roupa para mim, coisas que eu não fazia antigamente, entendeu? Então ele procura um jeito de me ameaçar, de querer me deixar constrangida, mexer com meu psicológico".
Além dos áudios, Thamires também enviou mensagens de texto relatando como foram os últimos dias, antes de ser morta:
Murilo disse que existem outros diálogos com mais relatos de violência, mas por se tratar de peça de investigação, não podem ser revelados. Todo o material foi enviado para o delegado responsável pelas investigações e anexado ao inquérito policial. Alberto Antônio foi preso após fugir do local do crime. Câmeras de segurança da rua onde o casal morava registraram a chegada de Thamires no imóvel e depois a saída de Alberto Antônio. A jovem foi encontrada com uma faca cravadaa no pescoço. Ela se preparava para passar os festejos de fim de ano na casa da família em Inhambupe.
"Ela estava preparando uma surpresa para a minha mãe. Estava tudo certo para eu ir buscá-la no aeroporto de Salvador. Agora a surpresa que recebemos é a notícia do assassinato e teremos que ir buscar o corpo dela", disse Murilo em entrevista para a Record Bahia. O corpo de Thamires foi sepultado no cemitério de Inhambupe, cidade natal. Centenas de pessoas acompanharam a despedida. Alberto Antônio segue preso em São Paulo. Ele deve responder pelo crime de feminicídio.
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