BAHIA
Dia do Papiloscopista: saiba como a profissão contribui no combate ao crime na Bahia
Perito Matheus Bereh destaca a importância e desafios da profissão
Por Victoria Isabel
Nesta quarta-feira, 5, é celebrado o Dia do Perito Papiloscopista no Brasil e na Bahia. A data homenageia os profissionais dedicados à identificação de indivíduos por meio da análise de impressões digitais e biometria. Além de desempenharem um papel crucial nas investigações criminais, os peritos papiloscopistas também são fundamentais na identificação de pessoas desaparecidas e na promoção da cidadania, com a emissão da Carteira Nacional de Identificação – o "Novo RG".
De acordo com Matheus Bereh, presidente do Sindicato dos Peritos em Papiloscopia da Bahia, a data é uma oportunidade de reconhecer e valorizar o trabalho desses profissionais, especialmente porque a Bahia é o único estado onde o perito papiloscopista é denominado "perito técnico da polícia".
Bereh explica que os peritos papiloscopistas desempenham três funções principais: a identificação criminal de suspeitos presos, a coleta de vestígios no local do crime e a identificação de vítimas de crimes violentos.
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Sobre a coleta no local do crime, ele destacou a importância de preservar o local. "Muitos populares, com curiosidade natural, acabam se aproximando demais, e os policiais, ao chegarem antes da perícia, muitas vezes tentam resolver rapidamente o caso, o que acaba atrapalhando ou, entre aspas, 'sujando' o local", explicou.
Bereh também ressaltou que a papiloscopia é responsável pela identificação de 99% dos corpos de vítimas de morte violenta, por três motivos principais: a identificação é rápida e pode ser feita em minutos, o custo é baixo, pois o material utilizado é barato, e o banco de dados de impressões digitais é extenso, com registros de milhões de RGs.
Em relação à importância da profissão, Matheus destacou que o baixo índice de resolução de crimes na Bahia está relacionado ao fato de que, por muito tempo, as atividades de papiloscopia foram marginalizadas ou não eram suficientemente aproveitadas. "Em estados e polícias de referência no Brasil, como o Distrito Federal ou a Polícia Federal, os índices de resolução de crimes e de autoria delitiva são acima de 70%, muito porque a coleta de vestígios papiloscópicos nos locais de crime é feita de maneira eficiente", observou.
Ele também destacou a luta da categoria, que busca dar visibilidade ao trabalho da papiloscopia, promovendo a sua importância no sistema de segurança pública. "Nosso trabalho efetivamente aponta a autoria delitiva do criminoso. Além disso, somos a porta de entrada da cidadania, pois sem o RG, a pessoa não consegue acessar programas sociais, obter plano de saúde, abrir conta bancária, enfim, não consegue ser cidadão", completou.
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