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BAHIA

Doação de órgãos é barrada por 64,5% das famílias da Bahia

Coordenação Estadual de Transplantes estima que autorizações poderiam beneficiar 3.500 pessoas

Por Madson Souza

30/04/2025 - 6:05 h
Edy Aragão teve transplante realizado após três anos de hemodiálise: “Foi uma virada de chave na minha vida
Edy Aragão teve transplante realizado após três anos de hemodiálise: “Foi uma virada de chave na minha vida -

Mesmo com o potencial de salvar vidas, um total de 64,5% das famílias questionadas na Bahia se recusou a autorizar a doação de órgãos de entes falecidos em 2024. Com esse contingente de órgãos e tecidos seria possível salvar ou beneficiar 3.500 pessoas, conforme estimativa da Coordenação Estadual de Transplantes, vinculada à Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab). A farmacêutica Larissa Cazumbá, 32, é uma das pessoas que sobreviveram graças ao transplante que recebeu. “Estou viva hoje porque alguém disse sim, alguém doou um fígado para que eu fizesse um transplante”.

Hoje no estado a lista de espera por um transplante é composta pela necessidade dos seguintes órgãos: rim (2.122, sendo 18 pediátricos), córneas (1.735, que incluem 93 pediátricos), fígado (47, apenas um desses pediátrico) e coração (apenas um). Por meio das 1.030 famílias da Bahia, que permitiram a doação de órgãos de seus entes falecidos no ano passado, foi alcançado o número de 2.230 órgãos e tecidos - um mesmo ente falecido pode doar mais de um órgão -, que chegaram a diversas pessoas, em situações como a de Larissa, que fez seu transplante em 2021.

Após uma dor no abdômen num dia normal, a farmacêutica descobriu durante atendimento médico que sofria de uma doença rara (Colestase Intra-hepática Familiar Progressiva tipo 3), e que precisava de um transplante. “Receber essa notícia me tirou um pouco do eixo, porque a gente fica naquela angústia sem saber se vai dar certo, se alguma família vai se sensibilizar em um momento tão difícil, que é a morte de um familiar, se esse órgão vai chegar a tempo, se vou morrer nos próximos dias, então é uma mistura de emoções”, afirma. Larissa ficou 28 dias na fila.

“É algo grandioso. Falar de doação de órgão é falar de amor. Após o transplante pude retomar a qualidade de vida que tinha perdido com o diagnóstico. O transplante meu deu uma nova oportunidade”. Esse é o caso também do instrutor de patinação, Edy Aragão, 34 anos, que desde jovem diz que gostaria de ser doador de órgãos, mas nunca imaginou que iria precisar receber uma doação.

Desde os 17 anos, Edy convivia com sintomas como dores e pressão alta, até descobrir, em 2018, após sentir dores na perna enquanto patinava, que tinha doença renal crônica em estágio final. Após três anos e meio de tratamento de hemodiálise, o instrutor de patinação teve seu transplante realizado.

“Foi uma virada de chave na minha vida, porque tudo mudou. Minha disposição, meu ânimo, então eu voltei a estudar, voltei a trabalhar, voltei a praticar atividade física, que eu amo, que é a patinação. Sou muito grato aos familiares que autorizaram essa doação, que entenderam o quão importante é, apesar do sofrimento de perder um ente querido, ter essa empatia, porque a pessoa está dando chance de outras pessoas viverem através dos órgãos que foram doados”, comenta o instrutor de patinação.

Do outro lado dessa situação, a empreendedora Iranilde Ferreira pretende doar os seus órgãos quando partir e doou os do marido Luciano Teles Santos. Ela aponta que mais pessoas devem autorizar a doação de órgãos de entes falecidos, porque é algo que salva vidas. “Ainda há, na maioria das pessoas, uma grande resistência a doar e a pessoa fica apegada a uma coisa que deixou de existir. Esses órgãos podem servir para outras pessoas. Sou completamente a favor da doação, porque existem pessoas necessitando dar continuidade a vida e esse ente querido não tinha mais essa chance”, diz.

O processo de doação

O processo de doação de órgãos começa após a confirmação da morte do indivíduo, quando equipes treinadas acolhem os familiares e, mediante autorização, iniciam o processo de doação. A doação pode ser realizada em qualquer município do estado, que contenha a estrutura adequada e os transplantes podem ser realizados em Salvador, Feira de Santana, Vitória da Conquista, Ribeira do Pombal, Itabuna e Juazeiro, conforme nota da Coordenação Estadual de Transplantes da Bahia.

O processo de doação de órgãos é feito pelo Sistema Único de Saúde, ou seja, é gratuito e a doação não deforma o corpo do doador. Em nota, a Coordenação Estadual de Transplantes da Bahia explica que “após a cirurgia de extração os profissionais responsáveis têm o dever ético e moral de proceder com a recomposição do corpo devolvendo à família o morto condignamente para que proceda o sepultamento”.

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