BAHIA
Entidades tradicionais são reunidas pela ACB para debater a força e os desafios do comércio na Bahia
Evento ocorreu nesta quarta-feira, no Comércio
Por Everton Santos
A Associação Comercial da Bahia (ACB), em parceria com o Movimento Via Cidadã, realizou mais um encontro da série “Diálogos que Transformam”, na manhã desta quinta-feira, 6, em sua sede no bairro do Comércio, em Salvador, para discutir “Os impactos do Terceiro Setor na economia baiana”
Com a presença de representantes de diversas organizações não governamentais (ONGs), fundações e outras entidades sem fins lucrativos do estado, o encontro contou com apresentações de Cris Nascimento, diretora de Parcerias e Sustentabilidade da Fundação Norberto Odebrecht, José Antônio Alves, provedor das Santas Casas de Misericórdia da Bahia, Roberto de Sá Menezes, presidente do Grupo de Apoio à Criança com Câncer da Bahia (GACC-BA), José Carvalho, presidente do Conselho das Obras Sociais Irmã Dulce (OSID) e Paulo Cavalcanti, presidente da ACB e fundador da Fundação Paulo Cavalcanti.
Mediador do debate, o consultor social Fábio Rocha abriu o encontro apresentando dados que afirmam a importância do Terceiro Setor. “Atualmente, o país conta com cerca de 900 mil instituições neste setor, que geram mais postos de empregos e renda do que setores tradicionais, como a indústria automobilística. Além de milhões de atendimentos na área de saúde, apenas a Fundação José Silveira, a Santa Casa da Bahia e as Obras Sociais Irmã Dulce geram cerca de 30 mil empregos no estado" exemplificou.
A gestora da Fundação Norberto Odebrecht apresentou as tecnologias voltadas para a promoção de desenvolvimento territorial por meio do fortalecimento das atividades econômicas, a exemplo da agricultura familiar, que a entidade desenvolve no Baixo Sul baiano, que já estão sendo replicadas em outras localidades do país.
“A partir da educação, promovemos a identificação e o impulsionamento das atividades econômicas preponderantes nas comunidades nas quais atuamos. Com isso, já houve uma redução de 28% na dependência do Bolsa Família entre os beneficiários destes projetos, por exemplo”, pontuou Cris Nascimento.
Segundo o presidente do Conselho da OSID, um dos grandes desafios do setor é a sustentabilidade financeira, e o encontro cumpre um importante papel ao somar esforços para se buscar formas de injetar mais recursos voltados principalmente para a parcela mais vulnerável da sociedade.
“Trazer esta pauta vai gerar resultados positivos para as nossas demandas. Injetar dinheiro na veia destas instituições permite uma dinâmica muito maior para investir, ampliar e atender da melhor forma e em maior quantidade essa população”, destacou José Carvalho.
O presidente do GACC pontuou a necessidade de estimular o empresariado a participar mais do trabalho destas instituições, que pode se dar de diversas maneiras e não apenas através de doações financeiras.
“Precisamos também diminuir a burocracia que o governo impõe na intermediação dos recursos que a sociedade pode doar diretamente a estas instituições, que hoje ainda enfrenta obstáculos para que esse dinheiro chegue a quem realmente quer ajudar”, frisou Roberto de Sá Menezes.
O Provedor da Santa Casa reconheceu que o Terceiro Setor ainda não está suficientemente representado, e o espaço é importante para divulgar estas iniciativas e se criar uma rede integrada neste processo.
“Precisamos criar fontes de financiamento adequadas para que a gente não viva sempre com aquele espírito de ter que passar o pires para poder fazer a nossa manutenção. No futuro, essa semente que a ACB planta aqui vai gerar a sustentabilidade buscada por todos nós”, celebrou José Antônio Alves.
O presidente da ACB aproveitou o encontro para apresentar o projeto de lei que está desenvolvendo na Fundação Paulo Cavalcanti, com o intuito de incremento das deduções do imposto de renda de doações feitas por Pessoas Jurídicas a entidades beneficentes do Terceiro Setor no campo da saúde, educação e assistência social.
“Salvar vidas não tem preço e a solidariedade não pode ser tributada. Mais recursos financeiros significa mais democracia, mais participação e mais saúde. A sociedade civil tem o poder de transformar a realidade brasileira e o primeiro passo para isso é agir com inteligência cidadã, nos organizar e aprender a usar a nossa canetinha para também legislar e assinar projetos de leis populares que favoreçam a população,”, complementou Cavalcanti.
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