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Estado de vítima era deplorável, diz PM que socorreu jovens

Publicado terça-feira, 19 de fevereiro de 2013 às 23:37 h | Atualizado em 19/02/2013, 23:37 | Autor: Da Redação, com informações de João Eça
Soldado da Polícia Militar Vanderlúcia Miranda - Caso New Hit
Soldado da Polícia Militar Vanderlúcia Miranda - Caso New Hit -

Um dos depoimentos mais importantes desta terça-feira, 19, no Fórum Edgar Mendes de Quintela, na cidade Ruy Barbosa (distante a 320 km de Salvador), foi o da soldado PM Vanderlúcia Miranda, que acudiu as jovens após denunciarem os músicos da banda New Hit de estupro. "A branquinha (que era virgem) estava nervosa, pasmada. A outra, a morena, estava num estado deplorável, parecendo um louco num surto, com olhar assustador. Desmaiou. Demos água, ela deitou no colchão, rodava pela sala, não queria ver ninguém, colocava a mão na cabeça, sacudia", lembra a policial.

Ela enfatizou que, em 15 anos de polícia, nunca atendeu  uma vítima de estupro naquele estado. Os soldados Madeira e Sena contaram que Miranda ficou com  as meninas e eles foram interceptar o ônibus da New Hit, naquela madrugada. A PM não tinha sido arrolada como testemunha inicialmente, mas a juíza titular do município, Márcia Simões, decidiu convocá-la, já que ela estava presente no momento em que as jovens chegaram para prestar queixa.

A outra jovem depôs nesta terça, à tarde, quando chegou ao fórum sob escolta da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Duas conselheiras tutelares de Ruy Barbosa, que ajudaram as vítimas à época, também. Do lado de fora, integrantes da Marcha Mundial das Mulheres davam apoio.

A promotora Marisa Jansen solicitou que o pedido da perita do DPT fosse atendido, para que material genético dos envolvidos seja colhido e analisado, para identificação do DNA, devido à variedade de sêmen achado nas vestes das vítimas. A defesa dos réus concorda e eles também serão submetidos à coleta.

Os exames podem até levar à exclusão de alguns réus, mas "em casos de estupro, a palavra da vítima é a rainha das provas", sentenciou  a promotora.

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Além das testemunhas de acusação, ainda há a possibilidade de testemunhas de defesa serem ouvidas. No total, são 14 testemunhas de acusação. No primeiro dia foram ouvidas seis pessoas, incluindo um policial militar que prestou atendimento às vítimas.

Protesto - Integrantes do movimento Marcha Mundial das Mulheres mantêm, nesta terça, protestos em frente ao fórum de Ruy Barbosa (a 350 km de Salvador). No primeiro dia de julgamento, na segunda, 18, o grupo causou confusão e tumulto em frente do fórum.

De acordo com Anaíra Lobo, uma das integrantes da Marcha Mundial das Mulheres, o grupo está hospedado na Escola Arthur Sá, espaço cedido pela Prefeitura da cidade. Elas pretendem continuar no município até o final do julgamento. Cerca de 40 mulheres de Salvador, Feira de Santana, Itabuna, Cruz das Almas e Juazeiro participam do protesto.

O tenente-coronel da PM, Paulo Uzêda, foi até as manifestantes que estão em frente ao Fórum pedir silêncio. A juíza titular de Ruy Barbosa, Márcia Simões, alegou que o barulho fora do fórum está atrapalhando o julgamento. As mulheres garantiram que vão manter silêncio. A audiência foi iniciada por volta de 9 horas desta terça.

Entenda o caso - Os nove músicos são acusados de violentar duas fãs adolescentes dentro do ônibus da banda após show na micareta de Ruy Barbosa. De acordo com a denúncia, elas entraram no veículo para pedir autógrafo aos integrantes da New Hit.

Após denúncia, os músicos foram presos em flagrante e ficaram detidos até 3 de outubro. Em setembro, um laudo médico atestou a presença de esperma nas roupas das adolescentes, além do rompimento do hímen (virgindade) de uma das garotas.

Um soldado da Polícia Militar também é acusado de ter sido conivente com o crime.

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