Funcionários da Refinaria Landulpho Alves protestam contra venda a grupo árabe | A TARDE
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Funcionários da Refinaria Landulpho Alves protestam contra venda a grupo árabe

Publicado sexta-feira, 03 de dezembro de 2021 às 13:53 h | Atualizado em 03/12/2021, 18:09 | Autor: Da Redação
A venda foi concluída em R$ 10,1 bi, metade do valor avaliado | Foto: Jussara Peruzzi | Agência Petrobrás
A venda foi concluída em R$ 10,1 bi, metade do valor avaliado | Foto: Jussara Peruzzi | Agência Petrobrás -

Na manhã desta sexta-feira, 3, trabalhadores petroleiros reuniram-se na entrada da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), localizada em São Francisco do Conde. Os empregados protestaram contra a venda da refinaria para o grupo Mubadala Capital, dos Emirados Árabes. O contrato celebrado em US$ 1,8 bi, anunciado no último dia 30, preocupa os funcionários.

O Sindicado dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro) prevê que 30% dos trabalhadores perderão seus postos de trabalho. Segundo informações do diretor de comunicação do Sindipetro, ao G1, hoje a refinaria abriga 2.700 trabalhadores, sendo 900 deles concursados e 1.800 terceirizados.

“Somos contrários à venda pelas condições de trabalho. Não há informação de como será a relação de trabalho e haverá uma diminuição dos postos. Muitos serão suprimidos. Além de tudo, a venda foi feita de maneira irregular porque está sendo vendida por menos da metade do preço que foi avaliado pelos especialistas nessa negociação”, disse Jairo Batista, líder da categoria ao portal G1, durante o protesto.

A RLAM atua desde 1950 na região metropolitana de Salvador. O fundo árabe criou a empresa Acelen, que ficará responsável pela administração da refinaria baiana, e irá gerir 669 quilômetros de oleodutos, segundo dados do Sindipetro.

Na Justiça tramitam ações, ainda sem julgamento. Uma delas baseia-se na análise da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, que aponta que a venda poderá criar um monopólio regional privado. No caso da RLAM, a capacidade diária é de 377 mil barris de petróleo e derivados.

Já na Justiça Federal da Bahia, de acordo com o Sindipetro, a Federação Única dos Petroleiros (FUP), sindicatos de petroleiros e do senador Jaques Wagner (PT-BA) denunciam que a venda foi feita pela metade do valor avaliado, entre US$ 3 bi e US$ 4 bi.

“Essa operação de venda é um marco importante para a Petrobras e o setor de combustíveis no país”, declarou o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, a IstoÉ Dinheiro, ainda no dia 30.

Em nota, A Acelen disse que firmou Contrato de Prestação de Serviço com a Petrobras, com duração de 15 meses, a partir do dia 01/12, no qual a estatal "atuará apoiando a Acelen como operador da refinaria, enquanto a Acelen se prepara para assumir a totalidade das operações".

A empressa afirmou que "valoriza a experiência dos colaboradores da refinaria e tem a intenção de contratar todos os profissionais quando finalizar esse Contrato de Prestação de Serviço com a Petrobras".

Segundo o comunicado, durante esse período, os funcionários e colaboradores da Petrobras permanecerão trabalhando na refinaria.

"A Acelen tem como objetivo atingir 100% dessa capacidade e sua eficiência, além de realizar investimentos para modernizar o parque fabril. Com este cenário, a empresa potencialmente estará criando novas oportunidades na cadeia produtiva e na geração de empregos", finaliza a nota.

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