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Gerente matou dono do Bargaço

Por Sílvio Ribas | Sucursal Brasília

23/06/2008 - 20:23 h | Atualizada em 23/06/2008 - 20:40

Para a Polícia Civil do Distrito Federal, o mistério do assassinato de Leonel Evaristo da Rocha, dono da rede de restaurantes Bargaço, está solucionado após pouco mais de dois meses de investigações. O inquérito da 11ª Delegacia, no Núcleo Bandeirante (DF), entregue sexta-feira ao Tribunal do Júri de Brasília, conclui que o empresário pernambucano, de 62 anos e há 40 anos residindo em Salvador, foi morto na noite de 15 de abril com três tiros no rosto disparados por Luzivan Farias, de 33 anos, seu gerente em Fortaleza. Ele, que vinha sendo apontado apenas como participante do crime, teria assassinado o patrão na BR-450, próximo da cidade de Candangolândia (Distrito Federal).

Segundo o delegado da Polícia Civil que liderou as investigações, Bartolomeu Araújo, os laudos das perícias confirmaram as suspeitas surgidas desde os primeiros depoimentos do gerente, inicialmente apresentado como vítima e principal testemunha do crime. “Para a polícia, o caso está encerrado e nas mãos do juiz”, disse. A tese do gerente, de assalto malsucedido, foi contrariada por testemunhas, o que favoreceu a sua detenção no dia 25 de abril por 30 dias, renovada por período igual. Além de Luzivan, foram também indiciados pelo inquérito policial o irmão dele, Luiz Carlos Farias da Silva, de 37 anos e com antecedentes criminais, e dois policiais militares de Goiás, o sargento Ismael Severino da Silva e o soldado Jarson de Jesus Pinto Cerqueira. O irmão teria ajudado na contratação dos PMs, que ajudariam a simular um latrocínio. Luzivan foi indiciado por homicídio duplamente qualificado – motivo fútil e emboscada sem chance de defesa da vítima.

Conforme os laudos do local e de balísticas, feitos pelo Instituto de Criminalística da Polícia Civil e pelo Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, Luzivan realizou os disparos à queima-roupa contra a vítima. Havia resíduos de metais iguais aos da bala nas suas roupas. Segundo Bartolomeu, o motivo da execução foi que o gerente realizava desfalques no restaurante de Fortaleza e depositava o dinheiro em contas de parentes. “Ele teria fechado um acordo de exclusividade com a Schincariol por R$ 50 mil, tendo já recebido R$ 20 mil adiantados”, conta o delegado. O inquérito afirma que Leonel sabia do golpe e se preparava para demitir o gerente, que tinha uma procuração dele. Luzivan viu então na ida a Brasília a oportunidade de se antecipar à represália.

A 1ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) negou pedido de habeas corpus de Luzivan, baseada nas contradições nos depoimentos prestados, o tipo de crime e o risco de fuga do indiciado. O irmão dele estava em Brasília justamente no dia do assassinato. O acusado justificou dizendo que Luiz Carlos teria vindo para lhe cobrar uma dívida. Mas, em depoimento anterior, afirmou não ter dívidas. Segundo Bartolomeu Araújo, o gerente do Bargaço foi a Goiânia no dia anterior ao crime e combinou à tarde com os dois policiais militares detalhes do atentado a ser feito a Leonel horas depois. O empresário desiste de ir para se encontrar com um amigo e fica no Distrito Federal, onde estava para receber dia 17 prêmio de gastronomia da revista Veja. O assassinato foi então adiado, sendo que os criminosos manteriam contato.

O crime começou às 21h, quando Luzivan chega ao restaurante Tucunaré na Brasa, na região sudoeste de Brasília, para se encontrar com Leonel. Ele foi acompanhado a distância pela dupla de PMs. Terminado o jantar, o gerente avisa pelo celular que estaria saindo. Às 22 horas eles saem do restaurante do amigo da vítima, sendo que Luzivan dirige o carro alugado pelo patrão, um Corsa prata placa HGV-4746 de Brasília, rumo ao Núcleo Bandeirantes (Distrito Federal). Em depoimento, Luzivan disse que iriam passar no hotel onde estava hospedado, fora de Brasília. Eles são acompanhados pelos comparsas e estacionam próximo ao Park Shopping. Ali, sozinho, dispara três tiros contra Leonel, por volta das 22h25. Depois passa a gesticular tentando dar a impressão de pedir socorro após suposto assalto. Os PMs chegam e levam os celulares de Luzivan e Leonel, além da arma do crime.

Os dois carros se deslocam 150 metros até a entrada do Posto Texaco em Candangolândia (DF), onde fazem nova simulação de abordagem, na expectativa de os dois policiais serem descritos como assaltantes. Mas testemunhas afirmaram em futuros depoimentos que Leonel já teria chegado morto. Só depois é que chega a Polícia Militar para apurar o ocorrido. Mais contradições dadas no mesmo dia e no dia seguinte, como a do retrato falado dos supostos assaltantes, levaram a Polícia Civil a colocar Luzivan no primeiro lugar dos suspeitos e a descartar a sua tese de assalto malsucedido. Para piorar sua situação, a residência dos PMs é vasculhada, onde foram encontradas mais provas contra ele. Só restavam os laudos da perícia para concluir o inquérito.

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