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BAHIA

Grupo de teatro que reúne artistas de Brasília e da Bahia traz a Salvador quatro espetáculos

Até 30 de março, quatro monólogos estão sendo apresentados no Teatro Gamboa

Por Eugênio Afonso*

21/03/2025 - 7:00 h
Imagem ilustrativa da imagem Grupo de teatro que reúne artistas de Brasília e da Bahia traz a Salvador quatro espetáculos
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Inspirado no livro A Poética do Espaço, do escritor francês Gastor Bachelard, está em cartaz, na capital baiana, o projeto Solos Flutuantes, do Coletivo Poéticas da Meia Noite, grupo interestadual que reúne artistas e profissionais de Brasília e da Bahia.

Até 30 de março, quatro monólogos estão sendo apresentados no Teatro Gamboa. Amanhã é dia de assistir Habitei Cantos que Deveriam no Máximo ser Frequentados, com a atriz Gabriela Vasconcelos.

É dia também do lançamento do livro Poéticas da Meia Noite - e as suas dramaturgias de uma trajetória em processo – registro das quatro encenações de Solos Flutuantes –, de Thiago Carvalho, que acontece logo após o espetáculo.

No domingo (23), tem A Cidade dos Pequenos Causos, com Davi Dias. No dia 29 de março (sábado), será encenado O Balé Aquático do Devaneio, com interpretação de Anna Ju Carvalho. E, para finalizar, dia 30, tem As Frestas Empoeiradas da Memória, com Fernanda Duarte. Todos às 17h.

Dirigido pelo conquistense Thiago Carvalho, 41, os espetáculos partem da imagem de uma casa em destroços para refletir sobre lembranças, medos e sonhos. As dores da infância de uma criança negra, a solidão de um jovem descobrindo sua sexualidade, e as incertezas de uma garota desvendando os desafios de ser mulher são algumas das histórias.

“Esses espetáculos refletem sobre a relação entre o ser humano e os próprios espaços que essas pessoas habitam. Esse entendimento de espaço vai além de apenas uma extensão física, mas também de uma condução de experiência de sentimento. É um trabalho que acontece a partir das memórias e obviamente vai provocar o público a também trazer de volta aquilo que de certo modo foi esquecido”, conta o diretor.

Em Solos Flutuantes, a ideia da casa e sua estrutura, seja em seu perfeito estado ou em situação de desmoronamento total, vai permear todos as encenações. “No entanto, é importante enfatizar que cada solo vai se desdobrando em diversas outras temáticas individuais”, complementa Carvalho, que também é membro do grupo de teatro Finos Trapos e do Coletivo das Liliths.

Thiago prefere nomear os solos de biograficações, já que eles desafiam os limites entre autobiografia e ficção, mesclando memória real e criação. Solos Flutuantes foi construído a partir de um processo colaborativo de criação dramatúrgica entre diretor e elenco.

“Biograficação é o processo de ficcionalização de uma história, que nesse caso aqui, especificamente, são as histórias da própria Gabriela, do Davi, da Ana Ju e da Fernanda que, aos poucos, vão criando suas próprias histórias ficcionais traduzidas de modo não literal, ou seja, essa dramaturgia é construída a partir das vivências, das memórias, dos desejos de cada um deles”, explica o diretor.

Em Habitei Cantos que Deveriam no Máximo ser Frequentados, Gabriela Vasconcelos faz uma escritora que resgata lembranças de perdas familiares. Já em A Cidade dos Pequenos Causos, Davi Dias transporta o público para um pacato povoado fictício repleto de personagens curiosos.

Fragmentos do passado

As Frestas Empoeiradas da Memória tem Fernanda Duarte vivendo uma radialista em busca de lembranças fragmentadas do passado. Já O Balé Aquático do Devaneio traz a atriz Anna Ju Carvalho como uma mulher sem memória.

“A questão do meu solo é justamente sobre as intercorrências que o racismo tem na criação de meninas negras a partir da perspectiva da minha própria criação. O racismo tem como base o apagamento, o esquecimento, o sadismo. A ideia é não se sangrar para o outro. É justamente lutar contra o esquecimento”, detalha a carioca Ju Carvalho.

Para a atriz, o propósito de Solos Flutuantes é utilizar o espaço do teatro para poder demandar o direito às identidades de cada um. “É usar esse papel político que o teatro carrega para reivindicar o nosso lugar no mundo de uma maneira justa com os nossos processos de construção”.

Já a brasiliense de Planaltina, Fernanda Duarte, em As Frestas Empoeiradas da Memória faz uma radialista negra, que mora em uma comunidade rural e fala sobre a rotina deste lugar.

“Seu programa se chama Partilha e, além de falar sobre essas vivências, ela também é atravessada por momentos de devaneio, onde ela sai desse lugar de radialista e adentra o seu íntimo. Investiga suas memórias e feridas. Durante a peça, a gente vai entendendo que esse lugar do devaneio nada mais é do que uma lucidez, uma maneira de lidar com suas questões internas, seus medos, seus traumas”, ressalta Duarte.

Ela conta também que essas memórias foram investigadas a partir de um processo de cartografia. “Mapeando essas vivências e registrando em cartas direcionadas e provocadas a partir do diretor Thiago Carvalho. Essas cartas, depois de serem feitas, foram revisitadas e investigadas para trazer a ficcionalidade e criação da dramaturgia. Então, cada solo vai investigar coisas que dizem sobre as vivências de cada um desses atuantes oriundos de lugares diferentes”, finaliza Fernanda.

Solos Flutuantes tem ainda figurino de Rino Carvalho, cenografia de Yoshi Aguiar e do grupo Finos Trapos, trilha sonora a cargo do próprio Thiago Carvalho, que utiliza sons criados em estúdio e trechos de canções de domínio público. O projeto faz parte do programa de intercâmbio cultural da Funarte – Fundação Nacional de Artes e Ministério da Cultura.

Solos Flutuantes / 22, 23, 29 e 30 de março / 17h / Teatro Gamboa / R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia)

*Sob supervisão do editor Chico Castro Jr.

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