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Incêndios florestais aumentam na Bahia

Nos últimos 10 dias 804 novos focos de calor foram identificados no estado

Por Miriam Hermes

11/09/2024 - 5:00 h
Imagem ilustrativa da imagem Incêndios florestais aumentam na Bahia
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De grandes proporções, um incêndio florestal está destruindo a vegetação e matando a fauna da Serra do Cipó, zona rural de Muquem do São Francisco, onde há 26 dias as equipes se revesam na briga contra o fogo. A estimativa é que cerca de 6 mil hectares já tenham sido atingidos.

Fora do controle e em local de difícil acesso, é um dos mais de 10 focos ativos na região oeste do estado, onde a situação está mais crítica. Mas outros territórios também passam pelo processo de seca e condições do clima que dificultam a extinção do fogo, como o Sudoeste, a Chapada e o Norte. Bombeiros, brigadistas voluntários e do programa PrevFogo/Ibama trabalham nos combates.

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Nos últimos 10 dias 804 novos focos de calor foram identificados na Bahia pelos satélites do Programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Entre janeiro e o dia 09 de setembro o estado registrou 4.180 focos, um aumento de 17% sobre o mesmo período de 2023.

Conforme boletim do Corpo de Bombeiros, ontem (10) a corporação estava com cerca de 150 bombeiros militares dedicados exclusivamente na Operação Florestal 2024, com seis bases no estado. Desde que foi iniciada a operação no mês de julho, já foram combatidos 354 incêndios florestais em 55 municípios atendidos.

De acordo com o comandante da Base Florestal Oeste do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBM BA), major Davi Brandão, a corporação aguarda a finalização do processo de contratação de aeronaves tipo Air Tractor, que devem reforçar o combate nos lugares onde o relevo dificulta o acesso, a exemplo do incêndio em Muquém do São Francisco.

Ele ressaltou que ontem (10) teve início um trabalho experimental, desenvolvido junto com a Superintendência de Telecomunicações da SSP, que disponibilizou um veículo com sinal de satélite que deve melhorar a atuação dos bombeiros em campo. Também citou que as equipes das Bases Florestais já estão atuando há três meses em trabalhos preventivos de conscientização, fazendo parte das Caravanas do Programa Bahia Sem Fogo (BSF), com a Sema, Inema, dentre outros órgãos.

O sistema AlertAS do Instituto Nacional de Meteorologia vem indicando nos últimos dias a incidência de clima muito seco em metade do estado. Apontando baixa umidade do ar, que oscila entre 20% e 12% nas horas mais quentes, o alerta Laranja indica perigo para a saúde e a natureza.

O alerta Amarelo se estende por uma área ainda maior (todo Oeste, Norte, Centro e Sudoeste), sinalizando potencial de vendavais e umidade do ar entre 20% e 40%. Conforme Organização Mundial de Saúde (OMS) o ideal para a saúde humana é umidade do ar em torno de 60%.

Além da baixa umidade do ar, também a fumaça dos incêndios florestais prejudica a saúde de moradores do campo e das cidades. A situação aumenta a procura por atendimento médico nas unidades de saúde em vilas e cidades nos arredores onde as queimadas acontecem.

O clima seco, o calor e ventos mais fortes que o normal, criam uma atmosfera ideal para a proliferação de focos de fogo. Quando não são controlados no seu início, se espalham em diferentes direções e destroem todo ambiente queimando a vegetação ressecada em cinco meses sem chuvas.

Emergência

No estado 66 municípios estão com decretos de emergência por estiagem reconhecidos e homologados pela Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec). Destes, 43 estão no roteiro da Operação Carro Pipa do Exército, que é controlado pelo Governo Federal. No momento mais de 600 veículos estão contratados para levar água potável aos moradores das comunidades mais atingidas.

De acordo com o superintendente da Sudec, Osny Bonfim, a tendência para os próximos meses é aumentar muito o número de municípios baianos que precisam de ajuda e devem decretar emergência por estiagem, considerando que para as regiões semiáridas, Chapada e Oeste a previsão de chuvas substanciais é para meados de outubro.

No entanto, ele pontuou que existe uma preocupação com a perspectiva de se confirmarem as previsões meteorológicas de menor volume de chuvas na próxima temporada, com a chegada do fenômeno climático La Niña e influência do aumento gradual do calor no planeta. “Isso leva à insegurança hídrica, provoca ainda mais incêndios florestais descontrolados porque a vegetação fica cada vez mais seca”, argumentou, pedindo colaboração de todos.

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