SEGUNDO IBGE
Índice de extrema pobreza bate recorde na Bahia e em Salvador
Em 2021, 15,8% da população baiana e 11,2% da população de Salvador foi atingida pela condição
Por Da Redação
Dados da série histórica da PNAD Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que a extrema pobreza cresceu em Salvador e em diversos municípios baianos no último ano.
Em 2021, 11,2% da população da capital estava dentro desta condição. Na média estadual, foi registrado que 15,8% da população, o que equivale a 2,363 milhões de pessoas, atingiu chegou nesse patamar, que representa um rendimento domiciliar médio per capita inferior a R$ 164 por mês.
A extrema pobreza também avançou entre 2020 e 2021, na Bahia, em Salvador e no Brasil, atingindo, nos três casos, o maior número de pessoas nos nove anos de série histórica da PNAD Contínua.
Os 2,363 milhões de pessoas na extrema pobreza na Bahia no ano passado representam o maior número de pessoas nesta condição no país. O estado ocupa o posto desde o início da série histórica da PNAD Contínua, em 2012. Em termos percentuais, o estado ficava em 4º lugar, abaixo de Maranhão (21,1% ou 1,5 milhão de extremamente pobres), Pernambuco (18,7% ou 1,8 milhão) e Acre (16,5% ou 147 mil).
Frente a 2020, o número de extremamente pobres na Bahia aumentou 59,9%, o que representou mais 885 mil pessoas nessa situação, em um ano, no estado - também um crescimento recorde desde 2012.
Em Salvador, 11,2% da população, ou 323 mil pessoas, vive abaixo da linha da extrema pobreza em 2021. O percentual havia sido de 8,4% em 2020 (241 mil pessoas), o que representou 82 mil pessoas entrando na extrema pobreza entre um ano e outro - num crescimento de 34,0% nesse contingente.
Com esse aumento, Salvador se manteve, pelo segundo ano consecutivo, como a capital brasileira com maior proporção da população vivendo em situação de extrema pobreza monetária. Em 2019, era apenas a 10a nesse ranking.
Em termos absolutos, o total de pessoas extremamente pobres na capital baiana (323 mil pessoas) ficava abaixo apenas do registrado em São Paulo/SP (530 mil pessoas abaixo da linha de extrema pobreza, 4,3% da população paulistana).
No Brasil como um todo, também houve, entre 2020 e 2021, um expressivo aumento no contingente de pessoas vivendo abaixo da linha de extrema pobreza (+48,2% ou mais 5,811 milhões), que chegou a 17,858 milhões, representando 8,4% da população brasileira.
Esse grupo cresceu em 26 das 27 unidades da Federação, tendo se reduzido apenas no Paraná (-1,5% ou menos 7.000 pessoas). A Bahia teve o maior aumento absoluto (+885 mil pessoas na extrema pobreza, entre 2020 e 2021), embora tenha registrado apenas o 10o crescimento em termos percentuais. (+59,9%).
De 2020 para 2021, a extrema pobreza aumentou em 20 das 27 capitais. Salvador também liderou em termos de crescimento absoluto (+82 mil pessoas), mas ficou apenas em 13º lugar em termos percentuais (+34,2%).
A redução dos valores e da abrangência e o aumento dos critérios para concessão do Auxílio Emergencial, em 2021, provavelmente tiveram impactos sobre o aumento da extrema pobreza e da pobreza no ano, já que os programas emergenciais de transferência de renda tiveram importante papel na redução da pobreza e desigualdade em 2020.
Adiciona-se a esses fatores a ausência de uma recuperação efetiva do mercado de trabalho em 2021, o que teve efeitos significativos sobre o rendimento dos domicílios, em especial dos mais pobres.
Mesmo com todas as limitações, quando não são levados em conta, na composição do rendimento, os benefícios dos programas sociais governamentais concedidos em 2021, tanto a pobreza quanto a extrema pobreza seriam ainda maiores.
Na Bahia, a proporção de pessoas que poderiam ser consideradas pobres subiria de 46,5% para 52,5%, enquanto a de extremamente pobres subiria de 15,8% para 23,2%. No Brasil como um todo, os percentuais iriam, respectivamente, de 29,4% para 32,5% e de 8,4% para 12,2%.
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