Menu
Pesquisa
Pesquisa
Busca interna do iBahia
HOME > BAHIA
Ouvir Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Facebook Compartilhar no X Compartilhar no Email

MAIO AMARELO

Internações por acidente de trânsito crescem 73% em dez anos na Bahia

Maio Amarelo destaca impacto de sinistros evitáveis na rede pública de saúde

Por Madson Souza

08/05/2025 - 6:05 h
Maio Amarelo expõe impacto doa acidentes nos hospitais da Bahia
Maio Amarelo expõe impacto doa acidentes nos hospitais da Bahia -

As internações e atendimentos de emergência por acidentes de trânsito na Bahia cresceram 73% nos últimos 10 anos, conforme dados do Sistema de Informação Hospitalar (SIH) do Sistema Único de Saúde (SUS).

O aumento segue uma tendência nacional preocupante: em 2024, a cada dois minutos uma pessoa deu entrada na emergência do SUS no país após trauma em sinistro de trânsito.

Esses acidentes, muitas vezes considerados evitáveis, causam sobrecarga no SUS e altos custos para a rede pública de saúde.

Foram 1,8 milhões de internações hospitalares no SUS no país por conta de acidentes de trânsito nos últimos 10 anos, que geraram R$3,8 bilhões de despesas diretas para Sistema Único de Saúde, segundo levantamento feito pela Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) e Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede).

Neste maio amarelo, mês dedicado à conscientização para redução dessas ocorrências, esse levantamento vem para destacar o impacto desses acidentes no país e conscientizar a população sobre segurança no trânsito.

Acidentes evitáveis

A maior parte dessas vítimas ao longo desses 10 anos estavam em motocicletas no momento do acidente (mais de 60%). No Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), 80% dos pacientes atendidos em 2024 são por conta de traumas no trânsito e desse montante cerca de 76,34% das vítimas estavam sobre motos, segundo a diretora geral da instituição, Cristiana França.

Ela reforça ainda que a maior parte desse público é composta por homens (77%), em idade produtiva (de 34 a 45 anos). O tratamento para muitas dessas ocorrências envolve altos investimentos, como o uso de órteses, próteses e materiais especiais (OPME), que no Clériston Andrade geraram custo de R$5 milhões no ano de 2024.

“É um custo muito alto para a população, além dos atestados e o seguro obrigatório do trânsito. Então vemos que hoje a situação que temos é muito grave”, diz Cristiana França.

Cerca de 40% das internações no Hospital Ortopédico do Estado da Bahia (HOE) acontecem devido a acidentes de trânsito envolvendo motos, de acordo com o diretor da instituição, Roger Alencar. “São pacientes jovens, a maior parte homens, ao redor dos 30 anos, e muitos entregadores informais de comida por aplicativo ou transporte não regularizado, mas que encontram na informalidade uma forma de levar dinheiro pra casa. Quando sofrem um acidente é uma repercussão muito grande, porque além do sofrimento, tem uma insegurança pra família”, comenta.

Diante deste cenário do estado e do país, estão sendo organizadas pelo Clériston Andrade ações de conscientização no trânsito para o maio amarelo, com parceria de outras organizações, para combater esse volume de acidentes que pode ser evitado.

“Sempre proponho fazermos um trabalho não só de atendimento, mas também de conscientização e prevenção”, diz Cristiana. Outdoors com depoimentos de pessoas que perderam familiares em acidentes estão no planejamento.

Bahia lidera casos

Além dos 73% de crescimento de entradas na emergência na Bahia, que representam um salto de 8.852 ocorrências em 2015 para 15.320 em 2024, no país o aumento foi de 44% neste mesmo período, quando saiu de 157.602 internações ou atendimentos na emergência em 2015 para 227.656 em 2024.

O Nordeste é a segunda região do país com maior volume e a Bahia lidera no grupo regional.

O autônomo Wellington Salles, de 28 anos, é mais uma vítima de traumas no trânsito, enquanto pilotava moto. Após uma colisão de frente com um carro, em que o outro motorista não parou para prestar socorro, Wellington teve fratura exposta e hoje está internado no Hospital Ortopédico do Estado da Bahia (HOE). Já com cirurgia realizada e previsão de saída, ele comenta o episódio. “Estava de capacete graças a Deus. O pior já passou e agora é esperar a recuperação”, fala.

A ampla utilização de motos no país e a quantidade de acidentes graves envolvendo o veículo precisa ser analisada numa perspectiva geral, segundo o presidente da Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia (AHSEB), Mauro Adan. “Temos hoje um problema no financiamento da saúde e percebemos um contrassenso com a isenção para produção de motocicletas. A moto tem um aspecto social para facilitar a mobilidade de muitos brasileiros, mas há também um custo para saúde e previdência com esses acidentes. Além de um custo, temos quantas mortes em função disso? Quantas famílias enlutadas? É uma questão sobre o que é importante pro país”, pontua.

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar no Whatsapp

Siga nossas redes

Siga nossas redes

Publicações Relacionadas

A tarde play
Maio Amarelo expõe impacto doa acidentes nos hospitais da Bahia
Play

Polícia Federal descobre centro ilegal de animais silvestres na Bahia

Maio Amarelo expõe impacto doa acidentes nos hospitais da Bahia
Play

Monitor tenta levar celular para conjunto penal em Salvador e acaba preso

Maio Amarelo expõe impacto doa acidentes nos hospitais da Bahia
Play

Morro de São Paulo sofre com temporal e vídeos impressionam

Maio Amarelo expõe impacto doa acidentes nos hospitais da Bahia
Play

Homem é preso durante teste para Polícia Penal em Salvador

x