VIOLÊNCIA NO INTERIOR
Jequié, SAJ e Simões Filho lideram lista de cidades violentas do país
Segundo dados do Anuário de Segurança Pública, 12 cidades baianas estão entre as 50 mais violentas do Brasil
Por João Guerra
As 6.659 mortes violentas intencionais em 2022 registradas na Bahia, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgado nesta quinta-feira, 20, colocaram 12 cidades baianas entre as 50 localidades mais violentas do Brasil, com Jequié, Santo Antônio de Jesus e Simões Filho ocupando as três primeiras posições do ranking.
Com uma taxa de mortes violentas intencionais de 88,8 a cada 100 mil habitantes, Jequié, que nem figura entre as 10 cidades com maior número de habitantes da Bahia, como apontado pelo Censo 2022, é, segundo o Anuário, a cidade mais violenta do Brasil.
Nesse aspecto, Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo Baiano, não fica atrás, aparecendo na lista com uma taxa de 88,3 mortes violentas para cada 100 mil habitantes, a cidade é acompanhada de perto por Simões Filho (87,4), na Região Metropolitana de Salvador.
Metodologia
Como descreve o Anuário, a categoria Mortes Violentas Intencionais (MVI) corresponde à soma das vítimas de homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e mortes decorrentes de intervenções policiais em serviço e fora (em alguns casos, contabilizadas dentro dos homicídios dolosos, conforme notas explicativas). Sendo assim, a categoria MVI representa o total de vítimas de mortes violentas com intencionalidade definida de determinado território.
Outras cidades no ranking
As outras 12 cidades baianas nesse aspecto que estão entre os 50 municípios do país com registros de mortes violentas intencionais estão: Camaçari (82,1); Feira de Santana (68,5); Juazeiro (68,3); Teixeira de Freitas (66,8); Salvador (66); Ilhéus (62,1); Luís Eduardo Magalhães (56,5); Eunápolis (56,3); e Alagoinhas (53).
Tipos de mortes
Nas tipificações das MVIs apresentadas no anuário em números absolutos, a Bahia apresentou em 2022 uma redução quando comparado com 2021 em dois dos indicadores:
-> Os de homicídios dolosos, que saiu de 5541, em 2021, para 5044, em 2022;
-> Os de latrocínio, saindo de 137 para 87.
Nos outros aspectos, todos os registros aumentaram:
-> Lesão corporal seguida de morte: de 56, em 2021, para 64, em 2022;
-> Policiais civis e militares vítimas de MVIs: de 13, em 2021, para 11, em 2022;
-> Mortes decorrentes de ações policiais: 1335, em 2021, para 1464, em 2022.
Queda no número geral
Com base nos dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, a Bahia completou um ano e meio com redução das mortes violentas (homicídio, latrocínio e lesão dolosa seguida de morte). O índice teve queda de 5,9% em 2022, na comparação com 2021, e diminuiu também no primeiro semestre de 2023, se comparado ao mesmo período do ano anterior.
No comunicado da pasta, é retirado do total global, as MVIs referentes aos números de mortes decorrentes de ações policiais.
Dessa forma, em números absolutos, a polícia contabilizou 5.167 casos no ano de 2022, contra 5.594 em 2021. A redução de 5,9% colocou a Bahia entre os 10 estados brasileiros que mais diminuíram as mortes violentas.
No primeiro semestre de 2023, a tendência de queda se manteve. Foram 2.522 registros nos primeiros seis meses deste ano, enquanto no mesmo período do ano passado a polícia computou 2.643 ocorrências, resultando na redução de 4,5%.
"Fechar ainda mais o cerco contra as facções envolvidas com tráfico de drogas é o caminho que seguiremos adotando. Parabéns a todos das Polícias Militar, Civil e Técnica, além do Corpo de Bombeiros. Segurança não é só polícia, mas a nossa parte é feita com muita dedicação. Continuaremos com força, foco e fé", enfatizou o secretário da Segurança Pública, Marcelo Werner.
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