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Micareta de Feira: blocos de matrizes africanas e ganham destaque

Em comum, os blocos saíram à rua pedindo respeito e lutando contra o racismo

Publicado sábado, 20 de abril de 2024 às 16:46 h | Atualizado em 20/04/2024, 17:14 | Autor: Flávia Requião
Programação vai até o domingo
Programação vai até o domingo -

Os dois primeiros dias de Micareta de Feira de Santana foram de mistura de ritmos. As ações realizadas pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult-Ba) levaram para a folia a beleza dos blocos de matrizes africanas e uma diversidade de ritmos musicais de artistas locais.

Os blocos de matrizes africanas passaram com seus trios e mini trios no circuito oficial da Micareta de Feira. Os sons dos tambores contagiaram os foliões que viram desfiles em homenagem às mulheres negras e a Orixás de religiões afro-brasileiras. Em comum, os Blocos saíram à rua pedindo respeito e lutando contra o racismo.

O Afoxé Filhos de Gandhy (quinta, 18) e o Male Debalê (sexta, 19) desfilaram em trios sem cordas.

Imagem ilustrativa da imagem Micareta de Feira: blocos de matrizes africanas e ganham destaque

Já o Bloco Afro Cultural Nelson Mandela (quinta, 18), o Bloco Muzembela e os Afoxés Filhos de Ogum, Filhos D’Oguián e Filhos de Oxalá (sexta, 19), com seus mini trios, se apresentaram com apoio do Programa Ouro Negro, realizado pelo Governo da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais.

Para Fernanda Araújo, 20, que participa do Afoxé Filhos D’Oguián desde os seus 10 anos de idade, "é sempre uma emoção participar todos os anos na avenida, levando o brilho e a beleza que a nossa cultura afro traduz", diz.

Para o presidente do Bloco Male Debalê, Cláudio Araújo: “Difundir a cultura da África, pautada na história do Malê, é elevar a autoestima da negritude, que vivia no ostracismo e que hoje tem a possibilidade de ter blocos afros. O Governo do Estado estão de parabéns por reverberar essa cultura que celebra os 190 anos da Revolta dos Malês”, comentou.

No Palco Alternativo, realizado pela SecultBa, o que reinou foi a diversidade dos ritmos. O Palco que é um trio estilo pranchão que fica parado no final do Circuito Maneco Ferreira e tem a programação completa de artistas locais. Nesses dois primeiros dias o folião já pode ver quase 20 atrações tocando desde o Axé Music, passando pelo forró, reggae, samba, pagode, entre outros ritmos.

Gigedo Cruz, 53, mora em Feira de Santana e levou o filho adolescente para a micareta pela primeira vez. Segundo ele, o palco alternativo é uma ação muito importante.

“A gente precisa valorizar o artista local e dar visibilidade pra ele. A Micareta de Feira é um evento nacional, e com iniciativas como essa, além do Esquenta da Micareta, os artistas menores conseguem se projetar”, diz. Para o folião Tiago Gleidson, 36, natural de Feira de Santana o palco alternativo é uma oportunidade importante para a cena da cultura local. “A gente tem que dar valor pros artistas daqui, por isso dou nota 10 pra essa iniciativa”, diz.

Programação deste Sábado

No terceiro dia de Micareta de Feira 2024, 08 Blocos de matrizes africanas desfilam, partir das 13h, com apoio do Programa Ouro Negro.

O Bloco de Capoeira ou Nagos, o Bloco Escola de Samba Brasil Meu Samba, o Bloco Afro Feira Axé, o Bloco Samba Nativos de Santana, Bloco Afro Cultural Acadêmicos de Feira, Cortejo Moviafro, Bloco Quilombo e Bloco Afro Flor de Ijexá.

No Palco Alternativo, os destaques da programação são a cantora Mônica San Galo, irmã da cantora Ivete Sangalo, que canta 15h.

Logo após, às 16h30 tem Jôh Ras, filha de Jorge de Angélica, homenageado do Governo da Bahia na Micareta de Feira.

Também é destaque o cantor e compositor Marcionílio que toca 21h. Se apresentam no Palco, a partir das 12h, a banda Reggae da paz, a banda Abordagem, Gilsan, Alan Fernandes, Don Maths, Djalma Ferreira, Banda Afro Lua Negra e Africania.

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