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PATRIMÔNIO

Missa abre as celebrações pelo Dia da Baiana de Acarajé em Salvador

Centro Histórico da capital será palco hoje de série de homenagens às profissionais

Por Mariana Brasil*

25/11/2022 - 5:30 h
25 de novembro é a data em que as baianas tornaram-se ‘imateriais’
25 de novembro é a data em que as baianas tornaram-se ‘imateriais’ -

Em comemoração ao Dia da Baiana de Acarajé, celebrado hoje, o Centro Histórico de Salvador será palco para eventos em homenagens ao grupo. 25 de novembro é a data escolhida em tributo às baianas por ter sido o dia em que tornaram-se Patrimônio da Humanidade pelo Iphan (Instituto do Patrimônio e Artístico Nacional), em 2004 e reconhecidas como Patrimônio Imaterial da Bahia e Patrimônio Cultural de Salvador em 2012.

“A importância de ser baiana de acarajé é trazer essa culinária para o mundo, que é nossa. Acarajé é comida de negro, da África. É uma maravilha a gente espalhar esse amor, esse axé, essa culinária maravilhosa para o mundo”, acredita Iracema de Souza, baiana por trás do Acarajé da Vivi. Com mais de 30 anos de história, a barraca leva o nome da mãe de Iracema, baiana de renome falecida em 2001.

Em celebração ao dia, o Centro Histórico receberá a tradicional cerimônia realizada pela Abam (Associação Nacional das Baianas de Acarajé, Mingau, Receptivo e Similares) há 35 anos, como explica Rita Santos, presidente da associação. “Como amanhã é sexta e é o Dia da Baiana, a missa vai ser em prol de homenagear as baianas do acarajé. Nós estamos comemorando nosso título de patrimônio nacional do Iphan, que está sendo revalidado”, celebra.

A missa que dará início às celebrações acontecerá às 9h de hoje, na Igreja Rosário dos Pretos, no Pelourinho. Iracema, que marcará presença nesta parte evento, relata que faz questão de participar, em gesto de gratidão. “É uma forma muito linda de nos homenagear e não poderia ser melhor do que essa, o Dia da Baiana. É lindo e gratificante”.

A honra no trabalho faz parte da história de Iracema e sua família, que desde a infância, acompanhava a mãe em seus pontos de venda, das praias da capital até a Avenida Tancredo Neves, ao lado do Jornal A Tarde. “Sou muito feliz em ser baiana de acarajé, tenho muito orgulho de mim e de nós todas. Em 2001, minha mãe se foi. Em 2002, eu e minha irmã demos continuidade a esse legado que ela deixou”, conta.

A baiana reforça o sentimento de agradecimento e acredita que as celebrações trazem um reconhecimento merecido. “A gente consegue transmitir tudo isso numa coisa só, nesse dendê em forma de amor. É uma luta, ser baiana de acarajé não é fácil”, diz ela.

A 1ª edição do Festival de Cultura Popular acontece hoje, amanhã e domingo, de forma gratuita nas ruas, praças e largos do Centro Histórico, tendo as baianas como homenageadas desta primeira edição. O evento trará 22 atrações artísticas de Salvador, Santo Amaro, Acupe, Maragogipe, São Félix, São Bartolomeu, Saubara, São Brás e Maracangalha. “Nós vamos para lá levando doze baianas que vão estar sendo homenageadas”, informa Rita. “Espero que aconteça todo ano porque dá visibilidade a todos os grupos culturais do estado, não só às baianas de acarajé”.

Antes e depois da missa, que será celebrada pelo padre Lázaro Muniz, o afoxé Filhos de Gandhy fará um cortejo pelas ruas do Pelourinho, recebendo os convidados para a missa e, após o seu final, subirá até o Largo do Cruzeiro do São Francisco entoando o Hino ao Senhor do Bonfim.

*Sob a supervisão do jornalista Luiz Lasserre

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