Onda de crimes em Paulo Afonso deixa quatro mortos

Uma sequência de homicídios em Paulo Afonso (a 469 km de Salvador), entre 2h e meio-dia de terça-feira, 10, deixou quatro homens mortos.

Os crimes foram no bairro Tancredo Neves III e adjacências, sendo a primeira vítima o soldado da Polícia Militar Anael Mohab Bezerra Gomes, 35 anos.

Entre os outros mortos está Leandro Santos de Jesus, 21, o Cabeça, atingido às 8h30. Pouco antes das 11h, Simonal Alves Barbosa, 44, o Poriba, foi morto em frente a um ponto comercial de propriedade dele. A outra vítima, morta entre 11h e 12h, não tinha sido identificada até a tarde de terça.

Com um histórico de atuação em emissoras de rádio e sites da cidade do norte do estado, o PM deve ser sepultado, às 17h dsta quarta, 11, no cemitério São Lucas.

Ele foi morto com quatro tiros, na frente da casa de uma mulher que havia ligado para a polícia denunciando que um homem estava rondando o local. Conforme o comando do 20º Batalhão da PM, quando uma viatura chegou, encontrou o PM baleado.

O soldado Anael Mohab foi levado ao Hospital Nair Alves de Souza, mas morreu na emergência.

A mulher, três irmãos e um adolescente de 16 anos foram levados à delegacia por PMs, onde permaneciam até o final da tarde de terça. Ela e um dos irmãos já foram detidos por tráfico de drogas, conforme o delegado Clériston Jambeiro. A arma não foi achada e todos passaram por exames, inclusive de pólvora combusta.

O PM estava de folga, desarmado e em uma moto ao ser baleado. "Ninguém próximo sabe o que ele estava fazendo lá", disse o delegado, que, a princípio, não vê relação entre os outros crimes e o do PM.

"Após a morte de Anael, traficantes aproveitaram o movimento da polícia e cometeram os crimes, todos com espingarda 12, usando um Fiat Siena", afirmou.

Conforme Jambeiro, os homicídios dos civis podem ser retaliação ao confronto ocorrido há cerca de dez dias na cidade, entre PMs e traficantes, resultando na morte de um homem conhecido como Nego da Prainha, que estava foragido e que teria ligações com a facção PCC.

Ele destacou que todas as mortes estão em início de investigação, e que uma das dificuldades da polícia de Paulo Afonso são fronteiras com três estados (Pernambuco, Alagoas e Sergipe), facilitando fugas.