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EVITÁVEL

Perigo: acidentes domésticos com crianças crescem 8% na Bahia

Dados da Aldeias Infantis SOS são de 2024; afogamentos foram maior causa de acimentes com óbitos em 2023

Jackson Souza*

Por Jackson Souza*

05/09/2025 - 4:24 h
Crianças brincam em piscina sem equipanentos pessoais ou supervisão de adulto
Crianças brincam em piscina sem equipanentos pessoais ou supervisão de adulto -

O número de acidentes envolvendo crianças e adolescentes na Bahia aumentou 8% no ano passado em relação a 2023, saltando de 8.520 casos para 9.114 em 2024, revela um levantamento das Aldeias Infantis SOS, organização mundial voltada para o cuidado. Com esses números, o Estado concentra 7,5% de todos os acidentes com crianças no país, com uma média de 26 registros por dia.

A pesquisa revelou ainda que as quedas foram a principal causa de acidentes, representando 57% dos casos, seguida de queimaduras, com 16%, acidentes de trânsito, 9%, e intoxicações, com apenas 2%. Já armas de fogo, sufocação, afogamento e incidentes não categorizados somam 16% juntas. O estudo usou dados do DataSUS, do Ministério da Saúde, e considerou as informações de crianças e adolescentes de 0 a 14 anos. Em todo o país foram 121.933 mil acidentes com crianças no ano passado.

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Evitar riscos

“Todo acidente é evitável, e para isso é preciso que se faça a prevenção, que é um conjunto de medidas que visam minimizar os riscos (...) e é a parte mais barata do sistema, mas, infelizmente, não temos essa cultura (de prevenção)”, enfatizou o capitão e coordenador de planejamento do 1º Batalhão do Corpo de Bombeiros da Bahia (CBMBA), Gilvan Rodrigues.

Mãe do pequeno Gabriel (7), Letícia da Paixão conta que entrou em desespero quando soube que seu filho havia caído de bicicleta enquanto brincava na rua onde mora, no Alto das Pombas, em Salvador.

“Foi uma situação de desespero porque quando meu irmão trouxe ele nos braços, ele estava desfalecendo, ensanguentado e ferido, aí eu e meu marido saímos correndo para dar socorro. Meu coração quase sai pela boca, porque criança a vigilância tem que ser 24h por dia e ele ainda é autista”, disse

Desenvolvido pelo Instituto Bem Cuidar, programa das Aldeias Infantis SOS, o estudo revelou que 73% dos casos de acidentes no Estado acometeu crianças e adolescentes entre 5 e 14 anos, idade que, segundo a pediatra Kátia Batista, há uma maior independência no deslocamento físico em relação aos pais.

A profissional sugere que muitos acidentes acontecem em função da pouca experiência de pais jovens, no caso de gravidez na adolescência e pais de primeira viagem.

“Muitas crianças são filhos de outras ‘crianças’. A gente tem um número muito grande de gravidez na adolescência, então isso gera crianças que não foram planejadas, (e esses pais) são pessoas menos experientes, que não tem ideia de prevenção”, afirma.

Ainda segundo a pediatra, há uma necessidade de mais atenção dos pais em relação aos filhos, como a adoção de pequenas atitudes no dia a dia que podem evitar acidentes. Ela exemplifica trazendo o caso de crianças queimadas por descuido com panelas no fogão.

Maior causa de óbitos

Os dados mais recentes sobre óbitos tiveram uma alta de 7% de 2022 para 2023, indo de 193 para 207, e tendo o afogamento como a principal causa de óbitos entre crianças e adolescentes, com 36% dos casos de mortes, mesmo essa causa não aparecendo entre as principais de acidentes não intencionais, reforçando a importância do cuidado.

Os afogamentos acontecem, com maior frequência, em ambientes domésticos, por exemplo, em função da confiança que o espaço transmite aos pais. É justo essa confiança o problema, de acordo com o síndico Rildo Oliveira, que administra sete condomínios.

Rildo conta que age para que ações básicas de segurança sejam cumpridas e itens de proteção sejam utilizados, como proteção nos ralos e no próprio equipamento, além da proibição de crianças desacompanhadas.

“São medidas que a gente toma para evitar que essas coisas ocorram dentro do condomínio, porque se acontece uma fatalidade dessa e o condomínio não utiliza os equipamentos de proteção, aí recai sobre o síndico e o condomínio, mesmo que seja negligência dos pais”.

“Infelizmente, alguns condôminos querem fazer as áreas comuns de creche ‘tá lá, o porteiro vai olhar pelas câmeras’, são coisas que acontecem com muita frequência e que precisamos falar sempre”, conta.

Acidentes de trânsito com 63 óbitos (30%) e sufocação com 33 registros (16%) foram outras causas de morte. Crianças de 1 a 9 anos foram as principais vítimas, somando um total de 58% de todos os acidentes que resultaram em óbito.

*Sob a supervisão da editora Isabel Villela

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