BAHIA
Preso em SP, 'dez de ouros' se dizia dono de Pojuca
Por Andrezza Moura
Antônio Dias de Jesus, de 33 anos, o 'Colorido' ou o 'dono' de Pojuca - como se autointitula, segundo a Polícia Civil -, foi apresentado nesta segunda-feira, 29, no auditório do Draco, localizado no prédio do Departamento de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP), no bairro da Pituba, em Salvador. Ele foi preso em São Paulo, na manhã de domingo, 28, após passar dois anos foragido.
'Colorido' foi localizado por policiais do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), em uma casa, no Jardim São Carlos, no distrito de Guaianazes, depois de dois meses de investigação.
Quatro mandados de prisão pelos crimes de homicídio, tentativa de homicídio, tráfico de drogas e extorsão seguida de morte foram cumpridos contra ele. Um ex-comparsa de Colorido ajudou a polícia a encontrá-lo. O homem, que não teve o nome revelado, foi traído pelos parceiros de bando e sobreviveu a uma tentativa de homicídio ordenada pelo próprio 'patrão'.
Integrante da Facção Caveira, 'Colorido' é apontado pela polícia como mandante de vários homicídios e roubos a bancos, além de líder do tráfico de drogas de diversas quadrilhas da RMS.
Muito violento, ele comandava com mão de ferro seus 'impérios' em algumas cidades do interior do Estado e da região metropolitana. Sem dó nem piedade, mandava matar quem ousasse cruzar seu caminho.
Conforme o delegado Maurício Moradillo, do Draco, mesmo à distância, o suspeito ditava as regras e decidia quem deveria morrer em Pojuca, Dias D'Ávila, Mata de São João, Catu, Madre de Deus, São Francisco do Conde, Esplanada, Alagoinhas, São Sebastião do Passé, Dias D' Ávila e Lauro de Freitas. Ele estava em São Paulo há quatro meses, mas pretendia se mudar, na próxima semana, para Santa Catarina.
Ataques a bancos
"Na avaliação da polícia, ele é o maior criminoso da Região Metropolitana e era a pessoa mais procurada. Não só pelo envolvimento com homicídios e tráfico de drogas, mas também por roubos a bancos", analisa Moradillo.
Ainda segundo o delegado, somente este ano, 'Colorido' ordenou nove explosões a bancos. "Foram nove ataques em Pojuca, Araçás, Mata de São João, Esplanada, Riachão do Jacuípe, Entre Rios, Berimbau, Gandu e Governador Mangabeira", afirma.
O delegado Geraldo Adolfo Nascimento, titular da Delegacia de Pojuca, revelou que Colorido começou sua vida criminosa na adolescência e que ganhou destaque após passar sete anos na Penitenciária da Mata Escura, onde aliou-se a outros criminosos e passou a dar ordens de dentro da cadeia. "Lá, ele fez novas amizades, se articulou e, quando saiu, saiu com outro domínio", diz o titular.
Conforme Nascimento, o bando liderado por 'Colorido', em Pojuca, é responsável por vários homicídios. Entre eles, o do comissário de menores Uindson dos Santos Prazeres Souza, em 2013. Também são atribuídas à quadrilha as mortes do candidato a vereador Anderson de Santana Sampaio, em 2012, e do casal Arleane Naira Silva e Jadilson de Jesus Santos, em 2011.
Intimidação
Segundo o delegado Maurício Moradillo, 'Colorido' age com ousadia e costuma ameaçar e intimidar representantes do Ministério Público e do Judiciário, além de policiais civis e militares. "Ele fica mandando recados, ameaça através de telefonemas e bilhetes", afirma.
'Colorido' vai para o Presídio de Serrinha, onde é mais seguro e não tem sinal de celular, conforme o delegado. Durante a coletiva, presos da Delegacia de Catu souberam da queda do 'chefe' e tentaram iniciar uma rebelião. O motim foi controlado e três foram transferidos para Serrinha.
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