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Privatizada, refinaria provoca desabastecimento de gás de cozinha

Rlam é principal fornecedora de derivados do Nordeste e responde por 14% da capacidade de refino no Brasil

Publicado quinta-feira, 10 de novembro de 2022 às 12:46 h | Atualizado em 10/11/2022, 14:57 | Autor: Da Redação
Diversas revendedoras de GLP em Salvador (BA) fecharam as portas, por falta do gás de cozinha na Refinaria de Mataripe
Diversas revendedoras de GLP em Salvador (BA) fecharam as portas, por falta do gás de cozinha na Refinaria de Mataripe -

A Refinaria de Mataripe, antiga Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, comprada pelo fundo árabe Mubadala no final do ano passado, reduziu a produção de gás de cozinha (GLP), provocando desabastecimento do produto na região. 

“A escassez do produto é inadmissível. A FUP e o Sindipetro da Bahia sempre alertaram para o equívoco da privatização das refinarias da Petrobrás, que leva à criação de monopólios regionais, em detrimento do consumidor brasileiro, sujeito a reajustes abusivos de preços dos combustíveis e à escassez de produtos”, destacou o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros, Deyvid Bacelar, lembrando que depois de privatizada, a refinaria destacou-se por ter a gasolina mais cara do país.

A Rlam é a principal fornecedora de derivados do Nordeste e responde por 14% da capacidade de refino no Brasil.

Diversas revendedoras de GLP em Salvador (BA) fecharam as portas, por falta do gás de cozinha na Refinaria de Mataripe. Segundo a Associação de Revendedores de Gás da região, cerca de 60% das revendas estão sem o produto. 

O problema vem se arrastando desde a semana passada e já atinge várias cidades da região, entre elas Feira de Santana, segundo maior município da Bahia, e Itabuna, ao sul do estado. 

Um Levantamentos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/subseção Federação Única dos Petroleiros-FUP), com base em preços acompanhados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), mostram que, durante o governo Bolsonaro, o gás de cozinha aumentou 96,7% nas refinarias, enquanto a inflação acumulou 24,9% e o salário-mínimo subiu 21,4% no período.

Em nota, a Acelen informa que está atuando ativamente para restabelecer, aos níveis normais, o fornecimento de GLP aos clientes. Algumas unidades da Refinaria de Mataripe estão passando por manutenção programada ou reativação, o que foi informado com antecedência de 90 dias à agência reguladora e a seus clientes. Para garantir uma operação mais eficiente e segura para funcionários e população do entorno, foi necessário ajustar os prazos originalmente previstos para retomada da operação. É importante destacar que a empresa vem tomando todas as medidas para restabelecer o suprimento ao mercado da Bahia e de Sergipe. Foram e seguem sendo ampliadas as importações do produto, com a contratação de navios de GLP, medida que vai ser reforçada até que a produção na refinaria tenha sua capacidade total inteiramente regularizada.

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