VOLTA ÀS AULAS?
Professores da Ufba decidem por fim da greve na Bahia
A votação foi praticamente unânime, com dois votos contrários e uma abstenção
Por Gabriel Moura
Chegou ao fim a greve dos professores da Universidade Federal da Bahia (Ufba). Em assembleia realizada na tarde desta quarta-feira, 26, os docentes presentes na Reitoria da Ufba decidiram encerrar a paralisação, que durava 58 dias.
A votação foi praticamente unânime, com dois votos contrários e uma abstenção.
A data do retorno das aulas ainda não foi confirmada e será debatida nos próximos dias.
A proposta de reajuste apresentada pelo governo Lula e aprovada pelos educadores e de aumento no auxílio alimentação de R$ 658 para R$ 1000; reajuste salarial de 9% para 2025 e 3,5% para 2026, além de outras melhorias na carreira.
Presidente do Sindicato dos Professores das Instituições de Ensino Federais da Bahia (Apub), Clarissa Paradis, considera que a proposta é aquém do desejado, mas o possível a ser conquistado.
“Toda negociação a gente coloca tudo que a gente quer e vai no processo de negociação tentando ganhar o máximo que podemos. Mas estamos num contexto adverso, que o governo também tem dificuldade de bancar as suas políticas públicas dentro de um orçamento muito disputado com o legislativo. Entendemos que a luta pela universidade pública, pela valorização dos seus profissionais, ela é constante”, analisa a presidente.
União nacional
A paralisação já poderia acabar na última terça-feira, 18, mas o encontro sindical decidiu por postergar a decisão para esta semana. O motivo foi uma união nacional entre as universidades para todos os movimentos grevistas acabarem no mesmo período.
Ao todo, mais de 50 universidades federais espalhadas pelo Brasil decretaram greve.
A greve dos professores da Ufba começou em 29 de abril, quando os docentes decidiram paralisar suas atividades para pressionar por melhores condições salariais e de infraestrutura. Durante esse período, os professores realizaram diversas assembleias, marchas e encontros com representantes do governo para discutir suas demandas.
Após encontros em Brasília, o governo se comprometeu a aumentar o orçamento de custeio para este ano em 400 milhões de reais e investir 5,5 bilhões de reais nas universidades até 2026. Além disso, foram anunciadas 5.600 bolsas de permanência para estudantes indígenas e quilombolas.
‘Fora Proifes’
A votação virou coadjuvante perto do racha entre a direção da Apub e o corpo docente. Líderes do movimento de greve encabeçavam reclamações sobre a postura dos sindicalistas, sendo exaltados e aplaudidos pelo público, que berrava “fora Proifes”.
Proifes é Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico, que é ligado à Apub. Essa instituição sindical foi fundada no primeiro governo Lula, início dos anos 2000, para ser base de apoio petista.
Com isso, os professores alegam que a direção da Apub e do Proifes tomaram atitudes contra a maioria do corpo docente, inclusive chegando a desrespeitar decisões tomadas em assembleia, para não manchar a imagem do governo federal.
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