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BAHIA

Projeto ensina reciclagem do oléo de dendê

Por Jane Fernandes

05/05/2019 - 10:55 h | Atualizada em 21/01/2021 - 0:00
O uso de luvas plásticas, guarda-pó e calçados fechados é obrigatório no laboratório universitário
O uso de luvas plásticas, guarda-pó e calçados fechados é obrigatório no laboratório universitário -

O azeite de dendê que garante a crocância de um bom acarajé também é um desafio para as baianas que o utilizam diariamente nos seus tabuleiros e precisam fazer o descarte sem gerar danos ao meio ambiente. Uma alternativa para resolver esse problema é o projeto Baianambiental, uma iniciativa do Instituto de Ciências da Saúde (ICS) da Universidade Federal da Bahia (Ufba) para ensinar essas profissionais a transformar o azeite residual da fritura em sabão.

>>Multiplicação do conhecimento é o legado

Sob coordenação de Ângela Rocha, professora do ICS, o projeto é realizado em parceria com o laboratório de Síntese Orgânica e Nanopartículas do Instituto de Química da Ufba, coordenado por José Roque Mota Carvalho. A Associação Nacional das Baianas de Acarajé, Mingau, Receptivos e Similares (Abam) selecionou 25 associadas para participar das oficinas.

De acordo com a coordenadora nacional da Abam, Rita Santos, a ideia é formar multiplicadoras que ensinarão o preparo do sabão a outras baianas que atuam em Salvador e no interior da Bahia. “É excelente para lavar roupa branca. Além disso, é um trabalho que evidencia nossas ações para evitar o descarte de azeite na areia da praia e outros locais inadequados”, destaca.

Divididas em grupos, elas estão aprendendo o processo químico para transformar o azeite de dendê em sabão em barra, sob orientação do professor Carvalho. Para isso, é utilizada uma fórmula simples e de baixo custo financeiro, com hidróxido de sódio (reagente), azeite de dendê (gordura/ácido graxo) e água.

“Elas aprendem na prática. O entendimento acerca da parte química da reação não faz parte do ritual, pois a maioria delas não estudou química orgânica anteriormente”, esclarece Carvalho.

Cuidados

Popularmente conhecido como soda caústica, o hidróxido de sódio é encontrado em lojas diversas, simplificando a produção doméstica de sabão. Apesar do acesso fácil, a soda exige cuidados na manipulação, e todos eles são explicados pelo professor. Ele ressalta que nas oficinas, o uso de luvas plásticas, guarda-pó e calçados fechados é obrigatório.

Carvalho explica que o primeiro passo é realizar a filtragem e decantação do azeite, pois a retirada das impurezas é fundamental para produzir um sabão de qualidade. Além disso, as baianas precisarão de uma balança doméstica para pesar a soda caústica e vasilhames plásticos para fazer a mistura dos ingredientes e secagem do sabão.

Corantes e aromatizantes podem ser adicionados à receita para diversificar a cor e o cheiro do sabão. O produto tem um prazo de validade de três meses, de acordo com Carvalho. Após o preparo da mistura, o sabão precisa secar por cinco dias para que esteja pronto para uso.

O professor acrescenta que o produto também pode ser usado na forma de detergente, batendo no liquidificador e pondo em garrafas PET.

Potencial

De acordo com Carvalho, a cada litro de azeite é possível produzir aproximadamente um quilo de sabão. Segundo a Abam, cada baiana gera em média cinco litros de azeite residual por dia. Considerando que a associação reúne mais de 4 mil associadas, o potencial de produção, a partir da multiplicação do conhecimento, chega a 20 mil quilos de sabão.

“Elas gastam muito sabão na limpeza de panelas e roupas, pois a remoção do dendê é complicada. Então elas não precisam mas comprar sabão para esse fim e também têm uma possibilidade de renda extra, pois podem vender o produto”, avalia a coordenadora Ângela Rocha. Ela acrescenta a inserção das baianas no conceito de economia circular, na qual um resíduo vira matéria-prima.

O projeto Baianambiental foi contemplado pelo edital do Programa de Apoio ao Centro de Estudos Afro-Orientais da Ufba (ProCeao), idealizado para estimular atividades ligadas às culturas africana e do Oriente, e conta com a participação de estudantes bolsistas de biotecnologia, sociologia e química.

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