BAHIA
Proprietário de parque ecológico denuncia CLN por crime ambiental

Por Rodrigo Tardio

Materiais de obra, montanhas de asfalto e até animais mortos: tudo isso na entrada de um parque ambiental, localizado na Estrada do Coco (BA-099), em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Se do parque 'Pequeno Mundo Verde' saem bons exemplos de respeito à natureza, do outro, de responsabilidade da Concessionária Litoral Norte (CLN) - empresa do grupo Invepar que administra a rodovia -, retrata o descaso.
Os imbróglios já duram quase 15 anos. É o que afirma Francisco Athayde, educador humanitário e proprietário do parque. Segundo ele, as reclamações são constantes, inclusive, com provocações ao Ministério Público Estadual (MP-BA). No ano passado, de acordo com Athayde, o órgão chegou a pedir que a CLN fizesse a retirada dos materiais, mas não vem sendo cumprindo pela empresa.
"É uma queixa antiga. Minha entrada virou um depósito de montanhas de asfalto, restos de materiais e até cavalo morto já apareceu aqui. Quando o Ministério Público interveio, eles tiraram. Agora já voltou tudo de novo", disse.
Ainda conforme Athayde, o lixo está acumulado, já que os caminhões de coleta não conseguem ter acesso pela via "obstaculada" pela CLN. "Dentro do meu parque, o meu lixo comum está sem poder ser recolhido, justamente pelo fato da condição da via, que até o caminhão de coleta não consegue ter acesso", destacou.
O proprietário do parque também teme pela possibilidade de ser provocado um acidente em frente ao portão de saída do terreno, pois diversos caminhões da concessionária ficam parados na extensão da rua, o que dificulta o 'campo de visão' do motorista que quer deixar o local.
"Já aconteceu comigo recentemente. Por pouco não me acidento com um motoqueiro. E esse também é um problema, pois diversas motos, para burlar o pedágio, passam por essa via secundária", alertou Athayde.
Procurada pela reportagem de A TARDE, a CLN, informou, por meio de nota, que lamenta o ocorrido e que já abriu sindicância interna para apurar as causas do incidente, além de ressaltar que tomará as providências cabíveis. A concessionária esclarece ainda que todo o material será retirado do local nesta quinta, 4.

Projetos
No 'Pequeno Mundo Verde', Francisco Athayde desenvolve um trabalho de educação humanitária, que é um modelo amplo, voltado para a não violência para com os seres, seja humano, animal ou vegetal.
"O objetivo é despertar a consciência humana para observar os próprios atos, consumo e consequências das ações no planeta. Aqui tenho um projeto para criar uma escola, recebo crianças vindas de escolas e faço palestras. Por isso, tenho o direito de ser respeitado e ter o local preservado de todas as formas", reitera.
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