BOM JESUS DA LAPA
Romaria será reconhecida como patrimônio imaterial
Ato vai transcorrer em reunião da Câmara do Patrimônio Histórico do Conselho de Cultura
Por Miriam Hermes
Com 331 anos de história, a Romaria de Bom Jesus da Lapa será reconhecida hoje como patrimônio imaterial da Bahia na 6ª reunião ordinária do ano da Câmara de Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Natural (CPHAAN), do Conselho Estadual de Cultura (CEC).
O estado tem 26 registros definitivos de patrimônio imaterial, a exemplo da Festa de Santa Bárbara, os ofícios das Baianas de Acarajé e dos Vaqueiros, e o Carnaval de Maragogipe. Com ações em andamento o estado tem 14 processos provisórios.
A sessão ordinária de hoje será no auditório da Câmara de Vereadores de Bom Jesus da Lapa, cidade que tem o nome do santuário e cresceu no entorno dele, na margem do rio São Francisco.
O evento acontece durante a romaria do Bom Jesus, cujo ápice é 06 de agosto, principal data das peregrinações para o santuário, com expectativa de reunir este ano um público estimado em 600 mil pessoas, mesmo número da última edição presencial em 2019.
O local é dedicado também a Nossa Senhora Soledade, com festa em setembro, e abriga diversas outras celebrações de cunho religioso, social e ambiental, como a Romaria da Terra e das Águas, em julho.
Coordenado pela Igreja Católica, o santuário foi construído nas grutas de uma montanha calcária, tem diversas capelas e galerias subterrâneas e se tornou um lugar para demonstrações de fé e misticismo religioso.
De acordo com os registros da Igreja, o local foi descoberto em 1691 pelo artista e ourives português Francisco Mendonça Mar. Conforme relato histórico ele fez o percurso de pé a partir de Salvador, com as imagens de Jesus crucificado e Nossa Senhora Soledade.
O ato desta quinta-feira é decisivo no processo que reconhece como patrimônio imaterial a manifestação religiosa considerada a segunda maior festa popular do estado, atrás do carnaval, que atrai peregrinos de toda Bahia, estados vizinhos e outros países.
A reunião será coordenada pelo presidente da CPHAAN, Táta Ricardo Tavares, responsável técnico pela construção historiográfica e etnográfica do processo, sendo relatora a conselheira, vice-presidente do órgão, Ivanice Lopes.
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