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São Félix: Chalé dos Guinle corre risco de desaparecer

Por Cristina Santos Pita | Sucursal Santo Antônio de Jesus

25/07/2009 - 18:20 h

Do alto do Morro Deus Menino ainda é possível ver o que resta do Chalé dos Guinle, patrimônio que corre o risco de desaparecer da paisagem histórica da cidade de São Félix (a 110 km de Salvador), no Recôncavo baiano. O chalé serviu como alojamento de diretores e técnicos da firma Guinle & Cia, que trabalharam na construção da Barragem de Bananeiras, primeira usina que abasteceu toda a região do Recôncavo e até Salvador, em 1907, dentre eles o sanfelista Américo Simas, engenheiro que idealizou os estudos técnicos de viabilidade da barragem.

Do mirante que ainda resiste à ação do tempo, se descortina a mais bela paisagem de São Félix e Cachoeira, separadas pela majestosa ponte D. Pedro II. O imponente Chalé dos Guinle é um monumento com características arquitetônicas consideradas um marco da engenharia na época, que está em ruínas. Ele sobressai na cidade de São Félix e marca uma época de pujança e progresso da região do Recôncavo. O palacete é referência arquitetônica, rico em detalhes e abrigou intelectuais europeus e brasileiros.

Um deles foi o professor George Agostinho da Silva, intelectual português que veio para o Brasil perseguido pela ditadura de Salazar em Portugal, morou no chalé durante três anos e ali desenvolveu alguns projetos que depois foram implantados por ele, inclusive na Bahia. Ele foi um dos fundadores do Centro de Estudos Afro-Orientais (Ceao), da Universidade Federal da Bahia. Em 1964 criou a Casa Paulo Dias Adorno, em Cachoeira.

Herança – O sanfelista Arthur Pires, um importante comerciante e distribuidor do início do século XX, foi proprietário do imóvel. Quando morreu, por volta de 1960, o chalé passou a pertencer por herança para sua viúva. O atual proprietário do imóvel desde 1976, o empresário, político e radialista Mário Kertész, justificou o abandono do chalé durante 33 anos por ter morado fora do País. A família Kertész nunca morou no chalé, mas, no auge da ditadura militar, Caetano Veloso, Gilberto Gil e o antropólogo Roberto Pinho passaram por esta casa.

“Agostinho da Silva resolveu voltar para Portugal, até pela idade já avançada, e buscou interessados em comprar o chalé. E eu comprei. Ficou abandonado esses anos todos porque eu estava morando fora do País. Também tentei buscar parcerias e apoio para restaurá-lo, mas não consegui”, justificou Mário Kertész.

Antigo projeto – O radialista diz que os filhos, herdeiros do chalé, estão retomando um antigo projeto. A ideia é restaurar o Chalé dos Guinle nos próximos 60 dias e transformá-lo no Instituto de Estudos do Recôncavo. “Será com recursos da família, pois não consegui parceria. Já estava degradado quando compramos das mãos do professor Agostinho da Silva, e o tempo degradou mais”, salientou Kertész.

De acordo com o diretor-geral do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac), Frederico Mendonça, o imóvel apresenta características arquitetônicas de caráter eclético, com valores estéticos e históricos, além de localização privilegiada. “Os proprietários podem avaliar possibilidades de financiamento junto ao FazCultura”, orientou.
Por outro lado, Mário Kertész afirma que os filhos não têm mais interesse em buscar apoio para a restauração. “A intenção deles é restaurar com recursos da família e retomar o projeto de criar o instituto, que é antigo. O projeto foi realizado pelo arquiteto José Figueira Lima”, assegurou.

Leia matéria completa na edição de domingo do jornal A TARDE

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