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BAHIA

Seca: Bahia tem 25% das cidades em emergência

Por Miriam Hermes

13/08/2021 - 6:04 h | Atualizada em 13/08/2021 - 7:58
Reservatório da comunidade de Igarapé, na zona rural de Remanso, tem pouca de água para os próximos meses | Foto: João Neto | Divulgação
Reservatório da comunidade de Igarapé, na zona rural de Remanso, tem pouca de água para os próximos meses | Foto: João Neto | Divulgação -

A Bahia tem 25% dos municípios com decreto de emergência por seca reconhecido pela Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec-BA). Desses, 98 cidades também tiveram a situação homologada pela União, somando 1.030.670 pessoas afetadas.

“O momento é de extrema preocupação. Temos muitas comunidades que nem estão longe do rio São Francisco, mas os moradores estão sofrendo com falta de água e comida”, afirmou o diretor do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Remanso, 708 km de Salvador, João Ferreira de Castro, conhecido como João Neto.

O município do extremo-norte da Bahia, ribeirinho do lago de Sobradinho, tem 18.526 pessoas afetadas pela seca e é atendido pela operação Carro Pipa, executada pelo Exército. Dentre as comunidades, a mais crítica, conforme o produtor, é Caldeirão do Sal, distante 70 km do lago, com difícil acesso e onde a água subsolo é salobra, não recomendada para consumo humano ou animal.

“Este ano não choveu quase nada e as roças não produziram. As cisternas, pequenas barragens e barreiros estão secos ou secando”, relatou, destacando que tem famílias passando necessidades e que “é preciso que o Brasil se mobilize para ajudar essas pessoas”.

Ele acrescentou que além da falta de água e comida para sobrevivência humana, este ano tem outro agravante “com os altos preços da ração. O milho e a torta de algodão estão custando mais que o dobro do mesmo período do ano passado”, reclamou, asseverando que isto tem influência direta nos rebanhos de caprinos e ovinos e que poucos devem sobreviver.

Outros decretos

Em 2021 a Bahia já homologou decreto de emergência para 141 municípios, com prazo médio de seis meses. Alguns que já saíram do prazo vigente dos decretos, podem voltar a ter a situação reconhecida, com o avanço da seca principalmente nas regiões de clima semiárido. Um dos reflexos da seca é que, com a vegetação ressequida, as queimadas tiveram aumento de 132% este ano. De janeiro até 11 de agosto de 2020 o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou 1.262 focos, enquanto que no mesmo pedido de 2021 o número detectado foi de 2.938 focos.

Fase difícil

Embora a maioria dos municípios que enfrentam carência hídrica no estado sejam abastecidos pela Operação Carro Pipa, 13 municípios são atendidos pela Operação Água Potável (OAP) capitaneada pela Sudec. Canudos é um dos municípios atendidos pela OAP, com diversas comunidades rurais abastecidas pelo serviço. “Este ano ninguém colheu nada. Faltou chuva na época de as plantas se desenvolverem na roça”, afirmou o presidente da Associação dos Moradores da Comunidade de Rocinha e Região, Marcos Gomes de Souza.

Com 7.930 pessoas atingidas pela situação climática, diversas regiões dentro do município estão recebendo a água para a sobrevivência dos moradores. “Também tem muitas famílias recebendo cestas básicas”, disse o produtor rural, pontuando que quando tem chuva boa ninguém precisa ganhar nada, porque se colhe feijão, milho e muito mais.

Além de Canudos, também Caem, Chorrochó, Cordeiros, Irajuba, Iramaia, Marcionílio Souza, Planaltino, Poções, Remanso, Rio do Antônio, Uauá e Valente estão atendidos pela OAP. Estão em fase de credenciamento para o serviço Tucano, Cansanção, Barrocas, Buritirama, Ibotirama, Bom Jesus da Lapa, Iuiú, Ibiassucê, Caetanos, Anagé, Lafaiete Coutinho, Nova Fátima e Curaçá. Em processo e quase aptos: Andorinha, Lajedo do Tabocal, Santa Luz, Presidente Jânio Quadros e Macururé.

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