BRIGA POR TERRA
Secretário revela força policial para atuar em conflitos no sul baiano
Região conta com embates entre comunidades tradicionais e fazendeiros
![O novo secretário de Justiça e Direitos Humanos do Estado da Bahia, Felipe Freitas](https://cdn.atarde.com.br/img/Artigo-Destaque/1210000/1200x720/Artigo-Destaque_01217862_00-ScaleDownProportional.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.atarde.com.br%2Fimg%2FArtigo-Destaque%2F1210000%2FArtigo-Destaque_01217862_00.jpg%3Fxid%3D5691127%26resize%3D1000%252C500%26t%3D1721320179&xid=5691127)
O novo secretário de Justiça e Direitos Humanos do Estado da Bahia, Felipe Freitas, revelou em entrevista ao programa Isso é Bahia, da rádio A TARDE FM, que o governo do estado irá disponibilizar uma força de segurança para atuar em conflitos de terra entre indígenas e outras comunidades tradicionais com fazendeiros. No Extremo Sul, a escalada de conflitos violentos tem sido constante, o que resultará em uma maior atenção estadual.
"No Extremo Sul não existe demarcação, há um litígio, uma disputa. Onde há demarcação, o papel do estado é garantir a segurança pública, se tem tráfico, sem tem armas ilegais. Já está decidido que vamos fazer uma força integrada de segurança para atuar em regiões de povos e comunidades tradicionais da Bahia. São duas portarias, uma geral e outra específica para o Sul. Onde é terra indígena, aí as competências federais são fundamentais. Em terra indígena, Funai, Polícia Federal e até Exército exercem um papel determinante. Não é possível fazer política para os povos indígenas sem a presença do governo federal ativamente", falou o secretário de Justiça.
Na entrevista, Felipe Freitas apontou que o papel do estado é mediar o conflito e evitar casos de violência e de violações dos direitos humanos, já que a decisão quanto a posse das terras cabe à Justiça, em um consenso que pode demorar a ser alcançado.
"O tema ganhou uma revelância grande no novo governo na secretaria de Igualdade Racial deixando a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos. Agora a gente tem uma estrutura maior com uma superintendente do direito dos povos indígenas, com a qual a gente mantém um diálogo constante. Nós cuidamos da proteção das pessoas ameaçadas e no diálogo com o sistema de justiça para mediar grandes conflitos. A decisão é sempre da Justiça", disse Freitas
"São conflitos heterogêneos, com diferentes comunidades tradicionais. Em uns temos mais canais de diálogo, até com os próprios fazendeiros, que tem a compreensão de que a decisão de quem tem direito à posse é da Justiça, e em outros temos mais tensão. A gente tenta mediar esses conflitos e mostrar que preventivamente as políticas públicas devem chegar", acrescentou o secretário.
![Felipe Freitas em entrevista ao Isso é Bahia](https://cdn.atarde.com.br/img/inline/1210000/724x500/inline_01217862_00-1.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.atarde.com.br%2Fimg%2Finline%2F1210000%2Finline_01217862_00.jpg%3Fxid%3D5691131&xid=5691131)
Câmeras nos uniformes da PM
Na sua posse, Felipe Freitas apontou que tem como uma das prioridades o diálogo constante com o objetivo de tornar as polícias baianas menos violentas. Uma outra ação do tipo é a implantação do uso de câmeras nas fardas dos policiais militares, em decisão do governador do Jerônimo Rodrigues (PT). O processo é conduzido pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA).
No Isso é Bahia, o secretário de Justiça e Direitos Humamos também comentou o que chamou de "falsa polêmica" na discussão pública que aponta possíveis consequências negativas no uso das câmeras, como uma maneira de inibir o trabalho policial.
"A decisão política foi tomada pelo governador, anunciada no seu programa de governo. A nós da SJDHS cabe apoiar, monitorar e dar suporte ao debate que a SSP queira fazer. Eu de fato não consigo entender onde está a polêmica. A experiência de onde as câmeras foram utilizadas não tem nenhuma evidência razoável de que ela teria inibido a ação policial, pelo contrário, o que temos é uma redução no número de mortes e uma maior possibilidade de acompanhamento da ação para garantir a segurança das pessoas que são atendidas e dos profissionais de segurança que eventualmente sejam acusados de cometer alguma ilegalidade", opinou Felipe Freitas.
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