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ÓRGÃOS E TECIDOS

Sesab pede apoio da sociedade para diminuir fila de transplantes

A espera por um transplante de órgão aflige quase três mil baianos

Por Da Redação

19/04/2023 - 9:59 h
Eraldo Moura - Coordenador do Sistema Estadual de Transplantes da Bahia
Eraldo Moura - Coordenador do Sistema Estadual de Transplantes da Bahia -

A espera por um transplante de órgão aflige quase três mil baianos, segundo levantamento feito pelo Sistema Estadual de Transplantes da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), com base nos dois primeiros meses de 2023. Outra preocupação é que a Bahia registrou nos últimos meses uma elevação nos índices de negativa familiar em relação a doação de órgãos de um parente que veio a óbito, por isso, a Sesab promove ações que levem a sociedade a aprovar os transplante.

"O assunto perpassa a ação médica e tem que ter o envolvimento da sociedade. Toda a sociedade que entende o processo, sabe que é transparente, seguro e tem como objetivo modificar a história de muitas doenças em que o paciente estava condenado a morrer. Eu entendo que o trabalho é de informação para a sociedade, que não conhece o processo. Não se fala sobre morte, a gente acha que a morte é sempre do outro, não nossa, e não se conversa com a família sobre doar órgãos. Isso leva parte da sociedade a negar a autorização", disse o Coordenador do Sistema de Transplantes do Estado da Bahia, Eraldo Moura, ao Isso é Bahia, da rádio A TARDE FM, nesta quarta-feira, 19.

Atualmente, a Bahia realiza quatro tipos de procedimentos, que são os transplantes de córnea, rim, fígado e medula. A expectativa é que, em breve, sejam retomados os transplantes de coração, procedimento que já foi realizado no Estado, mas foi interrompido no ano passado. Na atualização de setembro do ano passado, a lista de espera apontava 1.582 que precisam de rins, 56 esperam fígado e 1.157 aguardam córneas.

"A fila maior no Brasil e no mundo é para tratamento de doença renal. No Brasil e na Bahia, o seguinte é a fila para transplante de córnea. Seguimos com fígado, coração, pulmão. Na Bahia estamos reativando o serviço no Hospital Ana Nery, em Salvador, e o Hospital São Pedro, em Feira de Santana. A gente espera que até o final do ano, a gente consiga voltar o transplante de coração. Estamos em negociação para credenciar novos serviços para transplante para que o baiano não precise sair. Quando não fazemos o transplante aqui, o estado encaminha para outra unidade da federação sem custo para o paciente", detalhou o coordenador.

"A doação de sangue é um ato de solidariedade. Quando temos uma sociedade que doa pouco sangue, ela não atendeu a importância. Qualquer um de nós pode sofrer um acidente e precisar de sangue. Não é incomum suspendermos cirurgias ou expõe pacientes que poderiam sobreviver por falta de doação de sangue. Ponto importantes que temos trabalhado muito são o entendimento do profissional de saúde, que explicam os dados as famíllias. Parale lo a isso, escolas de ensino fundamental e médio, são projetos que a gente está levando para que a sociedade comece a entender o processo de doação de sangue, de órgãoes e cadastro de medula óssea"

A Coordenação do Sistema Estadual de Transplantes da Bahia possui uma estrutura organizacional complexa, a qual compreende a Coordenação do Sistema Estadual de Transplantes, reconhecida pela Lei Estadual nº 7643 /97, com base na Lei nº 9434 / 97, regulamentada pelo Decreto nº 2268 / 97, subordinadas à Superintendência de Atenção Integra à Saúde/ Diretoria de Atenção Especializada, tem como competência, coordenar a Política de Transplantes de Órgãos e Tecidos do Estado em articulação com o Sistema Nacional de Transplantes – SNT.

De acordo com a Secretária da Saúde da Bahia, a Pasta investiu, nos últimos anos, mais de R$9 milhões em campanhas de sensibilização da sociedade, cursos e treinamentos com profissionais de saúde e incentivo financeiro para instituições filantrópicas e privadas.

"O Brasil tem um dos sistemas mais seguros do mundo, não só no diagnóstico de morte encefálica, como na distribuição dos órgãos doados", disse Eraldo Moura, que ainda explicou os critérios específicos para cada órgão na fila de transplantes.

"O transplante de córnea segue a lógica que chamamos de fila de cinema: o primeiro da fila é transplantado em caso de uma córnea disponível”, informa. “Já o transplante de fígado segue o critério da gravidade: o paciente que está mais grave transplanta primeiro. Hoje, mais de 90% dos transplantes no Brasil são feitos por meio do Sistema Único de Saúde, e os 5% a 10% que são feitos na rede privada não dão nenhum tipo de prioridade ao paciente, por ser da rede privada. Todos seguem os mesmos critérios”, ressalta.

Podem ser doados coração, fígado, intestino, pâncreas, pulmão, rim, além de córnea, pele, ossos, cartilagens e medula óssea. Somente pessoas que tiveram morte cerebral ou encefálica podem doar órgãos considerados sólidos. A exceção vale para rim, fígado e pulmão, órgãos que podem ser doados por doadores vivos.

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