"Somos sub-representadas em todas as esferas de poder", diz Rosemma Maluf
Apesar das mulheres ocuparem 63% das vagas nas universidades, os homens conseguem prosperar mais no mercado. A declaração é da vice-presidente da Associação Comercial da Bahia, Rosemma Maluf, que foi a convidada desta sexta-feira, 6, do programa Isso é Bahia, da Rádio A TARDE FM. A gestora destaca que o público feminino divide o tempo entre cuidar da família e dos negócios.
Segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), as mulheres se dedicam 18% menos aos negócios, em comparação com os homens.
“Nós ainda temos responsabilidade com a família, então temos dupla ou tripla jornada, e quando não estamos na família é que a gente se dedica aos negócios. Outras questões também são as culturais, exemplo, o nosso networking ainda é pequeno, é muito restrito à família e amigos, que é nosso maior nicho de negócio. Você pode fazer uma pesquisa informal, que você vai saber que as mulheres tendem a vender mais entre amigos e familiares”, disse a vice-presidente.
Até o século passado, a convivência da mulher no mundo privado era restrito. Conforme Rosemma, com as ocorrências de guerras e divergências econômicas, o público feminino teve a necessidade de ir para o front, trabalhar e contribuir na parte econômica.
Mesmo com o crescimento da mulher no mercado, a gestora ressaltou que o público feminino é sub-representado e, devido a isso, é preciso fazer um trabalho de mudança cultural.
“É muito importante porque, apesar de a mulher ter avançado no mundo do trabalho, somos hoje o maior número de empreendedoras nascentes e já estamos ocupando vários espaços. Nós somos sub-representadas em todas as esferas de poder, tanto no empresarial como no político”, afirmou Rosemma.