BAHIA
Travesti baiana tem entrada impedida no México: "constrangedor"
"Tenho absoluta certeza que foi pela minha condição de ser travesti", disse Keila Simpson
Por Da Redação

Keila Simpson, travesti baiana que preside a Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), foi detida e impedida de entrar no México neste domingo, 1º.
Ela representaria o Brasil no Fórum Social Mundial 2022, que acontece até o dia 6 de maio, e abordaria pautas LGBTI+. No evento ela discursaria sobre violência contra pessoas trans e apresentaria dados do Brasil.
Ela ainda não tem o nome retificado nos documentos oficiais e chegou no México e foi para a fila de imigração com os documentos necessários.
O atendente, ao ver o nome masculino, alegou que não condizia com sua imagem feminia. Ele pediu documentos como o bilhete de volta e voucher de hospedagem, os verificou, mas seguiu negando a entrada.
Em suas redes sociais, já no Brasil, Keila conta que a situação foi constrangedora e o processo foi longo e árduo.
"Foi constrangedor, mas como digo sempre, para travesti, nada é fácil. Não deixaram eu passar e tenho absoluta certeza que foi pela minha condição de ser travesti e não esconder essa identidade", afirmou.
Keila disse ainda que ficou retida por cerca de dez horas em uma sala do aeroporto, mas frisa que não foi maltratada, além do abuso que viveu.
Ela afirmou ainda que entende a situação, tendo em vista que o Brasil ainda é atrasado no processo de ida ao exterior. "Hoje em dia está todo mundo fazendo as coisas todas eletronicamente", disse.
"Estou bem, a luta continua, e vamos vencer essas barreiras. Primeiro vencendo o fascismo que está no Brasil e depois contagiando o resto do mundo com essa liberdade que a gente quer e prega", finalizou Keila.
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