BRASIL
Aipim, macaxeira ou mandioca? Como cada estado fala da mesma coisa
Raiz de origem brasileira é chamada de formas diferentes no território brasileiro
Por Lula Bonfim
Aipim, macaxeira e mandioca significam a mesma coisa. De consumo amplamente popular no Brasil, a raiz da planta é utilizada em diversos pratos da culinária brasileira: escondidinhos, caldos, vaca atolada e o baiano bobó de camarão. Banhado na manteiga de garrafa, o tubérculo vira o acompanhamento perfeito para carne do sol. Torrada e moída, vira a farinha fundamental para quase todo morador do entorno da Baía de Todos-os-Santos. Em outros processos, ela se torna até tapioca, carimã e tucupi.
Ao mesmo tempo, a raiz de origem brasileira é o centro de uma das grandes brigas das redes sociais. Afinal, como é mesmo o nome? Bem, depende de onde você cresceu e de onde seus antepassados saíram.
O Portal A TARDE foi à ferramenta Google Trends, para identificar qual forma é mais utilizada pelos brasileiros. Lá, a empresa contabiliza todos os termos já buscados em sua plataforma de pesquisa, dividindo-os regionalmente.
Com folga, venceu a “mandioca”, com 67% das pesquisas realizadas sobre o tubérculo nos últimos cinco anos no Brasil. “Aipim” fica em segundo lugar, com 19% das buscas no Google, superando por pouco “macaxeira”, que teve 14% das consultas.
“Mandioca” é a forma que prevalece no chamado “Brasil Central”, sendo absoluta em São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins e Rondônia.
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Em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Pará e Acre, também prevalece a “mandioca”, mas com em um cenário mais dividido. Isso porque, nos dois estados sulistas, a forma “aipim” também é muito popular; enquanto, entre os nortistas, a “macaxeira” divide o vocabulário da população.
Apenas três estados preferem falar “aipim” para se referir ao tradicional tubérculo brasileiro: Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia. “Macaxeira” é mais amplo, sendo a forma mais falada em oito dos nove estados nordestinos (Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão), além de Amapá, Roraima e Amazonas.
Bahia multicultural
Em território baiano, “aipim” chega a 61% das pesquisas, contra 35% de “mandioca” e apenas “4%” de macaxeira. Esse domínio, porém, não é uniforme em todo o estado da Bahia, que recebe influências de outras regiões do país.
Na maior parte do litoral da Bahia e da parte central do estado, incluindo a Chapada Diamantina, prevalece “aipim” como maneira mais comum de se referir à raiz. Mas isso muda em municípios próximos de outros estados, como Minas Gerais e Goiás, que falam “mandioca”, ou como Sergipe, Alagoas e Pernambuco, que usam “macaxeira”.
Em Teixeira de Freitas, por exemplo, no Extremo Sul da Bahia e muito próxima de Minas, 55% das pesquisas sobre o tubérculo usam o termo “mandioca”. Isso se aprofunda no oeste do estado, que recebe influência da cultura goiana: em Luís Eduardo Magalhães em Barreiras, “mandioca” representa 83% e 85% das buscas, respectivamente.
No norte do estado, Juazeiro, ligada umbilicalmente à vizinha pernambucana Petrolina, prefere falar “macaxeira”. O termo tem 51% das pesquisas, contra 32% de “mandioca” e 17% de “aipim”.
O negócio fica ainda mais forte em Paulo Afonso, que, além da proximidade de Pernambuco, recebe forte influência de Alagoas e de Sergipe. Por lá, “macaxeira” chega a 66% das pesquisas.
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