JUSTIÇA
Boate Kiss: réus são presos após decisão de Toffoli
Advogados confirmam prisão dos quatro condenados pela tragédia
Por Da Redação
Os réus condenados pelo incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS), foram entregues à polícia nesta segunda-feira, 2, após decisão do ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal). Toffoli confirmou a validade do júri que havia condenado quatro pessoas pela tragédia de 2013, que resultou em 242 mortes e mais de 600 feridos.
Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, sócios da boate, Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da banda, e Luciano Bonilha Leão, auxiliar de palco, foram acusados de homicídio simples com dolo eventual.
As defesas dos réus informaram que os clientes foram interrogados após a decisão. Os advogados afirmaram que aguardam uma reunião agendada com o ministro Toffoli para a próxima semana e que a sentença foi processada sem a devida comunicação às defesas.
O advogado Jader Marques, representante de Spohr, afirmou que “com toda serenidade vai buscar acesso ao que foi feito e tomar as medidas cabíveis”. Spohr já foi apresentado à polícia e passará por uma audiência de custódia na manhã de terça-feira para determinar a unidade prisional onde cumprirá pena.
A defesa de Hoffmann lamentou a sentença, mas garantiu que "a decisão será cumprida de forma integral e discutida nas esferas competentes".
A defesa de Luciano Bonilha afirmou que tomará "todas as medidas cabíveis para que a decisão seja revertida", alegando que os acusados não deveriam ser presos imediatamente devido a uma ordem de habeas corpus que garante sua liberdade. O advogado Jean Severo informou que Bonilha foi apresentado a uma delegacia em Santa Maria e aguarda encaminhamento para um presídio.
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Tatiana Borsa, advogada de Santos, expressou surpresa com a decisão, já que havia uma reunião marcada com Toffoli para a próxima semana. “Lamentamos que o STF dê esse exemplo de julgamento antidemocrático, especialmente quando a constitucionalidade do tema for por ser decidida de forma colegiada. De resto, a decisão será cumprida de forma integral e discutida nas esferas competentes”, disse, em nota. Santos está preso em São Vicente do Sul.
Durante o julgamento, as defesas pediram a absolvição ou a reclassificação do caso como culposo (sem intenção de matar). Os quatro réus foram condenados a penas de 18 a 22 anos, após um julgamento que entrou para a história como o mais longo do Judiciário gaúcho. No entanto, desde então, estavam em liberdade.
Em agosto de 2022, a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul anulou o júri que havia decidido pelas condenações em dezembro de 2021. Nesta segunda-feira, Toffoli acatou os recursos apresentados pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul e pelo Ministério Público Federal, determinando a prisão dos condenados.
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