EXPEDIÇÃO JALAPÃO
Cânion Sussuapara encanta com paredões rochosos e cortinas de plantas
Atração fica no Parque Estadual do Jalapão, a uma distância de quase 200 km de Palmas, capital de Tocantins
Por Isabela Cardoso, de Tocantins*
Com uma luz dourada e uma alta temperatura comum do norte brasileiro, o sol de um sábado marcou o início de uma viagem para um oásis no coração do Brasil: o Parque Estadual do Jalapão, localizado no leste de Tocantins. A região, que tem 34 mil km², é um conjunto paradisíaco de chapadões, cachoeiras, rios de águas cristalinas, fervedouros e uma vegetação rasteira similar às savanas.
O Portal A TARDE embarcou nessa jornada com um grupo de 20 pessoas, de diferentes regiões do país, para viver experiências únicas no cerrado tocantinense. O ponto de partida começou em Palmas, capital de Tocantins, com o apoio do ônibus da Korubo Safari Camp, agência responsável pela expedição.
Com aproximadamente 9 mil habitantes e uma distância de 180 km da capital, a cidade de Ponte Alta foi a nossa parada principal para almoçar e trocar de veículo, antes de seguir para o Jalapão. Iniciamos ali, uma longa caminhada de parceria com um ônibus-caminhão 4x4, adaptado para enfrentar as difíceis estradas de terra jalapoeiras.
O restaurante Comida Caseira Sabor de Mãe, localizado na própria casa da chef de cozinha, nos recebeu com uma hospitalidade acolhedora e uma variedade de comidas típicas da região, a exemplo da farofa de carne do sol e a carne de vaca de panela.
“Os turistas entram pelo portão e falam: ‘comidinha com cheirinho de mãe, cheirinho de vó’, por isso o nome. Gosto de fazer comidas típicas aqui da região”, comentou Luciene Amaral, dona e chef do restaurante.
A cozinheira contou que diversas empresas de turismo do Jalapão passam pelo estabelecimento, o que proporciona contatos com vários turistas do país. Luciene conta que, até o momento, nunca houve nenhum problema com os visitantes de fora.
“Hoje eu atendo mais de 15 empresas no Jalapão. A Korubo atendo às 12h de quarta e sábado, já as outras eu atendo de segunda à sexta no jantar. Às vezes, eu atendo até cento e poucas pessoas à noite aqui. Sou feliz e amo lidar com turistas. Vou fazer três anos com esse negócio e nunca achei um turista mal educado, nenhum problema”, completou.
Em seguida, a bordo do caminhão, partimos para mais 12 km de estrada até chegar na primeira atração da viagem: o Cânion Sussuapara. É uma parada estratégica para quem está chegando no Jalapão. O local leva o nome do maior cervídeo (veado) sul-americano, também chamado de Cervo do Pantanal ou Suçuapara (tupi-guarani), como explica uma placa na entrada do local.
A atração tem a taxa de R$ 30 por pessoa, com tempo de visitação de 30 minutos. É aconselhável o uso de crocs, sapatilhas aquáticas ou sapatos fechados que possam molhar, além de ser proibido o uso de protetor solar ou repelente para não poluir as águas. A trilha para visitar o local é de fácil acesso e leva cerca de 10 minutos.
Com cortinas de vegetação caída, as paredes rochosas do Cânion têm 12 metros de altura e se erguem como se fossem abraçar quem o adentra. Ao caminhar por dentro dele, é possível ouvir, como uma trilha sonora, o som intenso do pequeno curso de água que o percorre. Ao chegar no fim, há uma pequena cascata onde experimentamos o primeiro banho nas águas do Jalapão.
Na sequência, partimos para mais umas boas horas de estrada, levando cerca de 125 km até chegar no acampamento. Em meio aos momentos de contemplação da infinitude do cerrado, paramos na Serra da Muriçoca para fazer um lanche e usarmos o “matolete”, o banheiro natural por dentro da vegetação.
A Korubo preparou um kit individual com um lenço umedecido e um saquinho para guardar o papel usado, para depois descartarmos em um lixo disponibilizado no caminhão.
Após nossa última parada pela estrada, chegamos no camping da Korubo à noite, onde encaramos a realidade de realmente estarmos isolados do mundo: um acampamento com pouca luz, sem sinal de celular ou rede wi-fi, chão de terra e sons de pequenos animais noturnos.
No entanto, neste momento, começamos a experiência de “Glamping”, uma junção das palavras “glamour” e “camping”, que descreve a prática de acampar em um ambiente natural sem sacrificar o conforto. Nesse conceito, a Korubo desenvolveu um acampamento inspirado nos safaris africanos, aplicando também a forma sustentável de ecoturismo e uma experiência all-inclusive.
As barracas possuem cama, mantas, toalhas, amenities, luz movida a energia solar e banheiro ecológico. Na área externa, há dois espaços divididos entre feminino e masculino para tomar banho; refeitório; redário; e uma prainha particular do Rio Novo, afluente do Rio Tocantins.
O primeiro dia terminou com um jantar de boas vindas no acampamento, com petiscos de entrada, seguidos por uma variedade de pratos caseiros. Bem servidos, era hora de descansar e nos prepararmos para os próximos dias de aventura.
Confira o vídeo do primeiro dia de expedição:
*Repórter viajou a convite da GOL e Smiles Viagens
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