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BRASIL

Cerrado já perdeu 40% do tamanho original, revela estudo

Por Agencia Estado

17/02/2007 - 8:44 h

Um levantamento feito pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), ligada ao Ministério da Agricultura, indica que 40% da área ocupada pelo cerrado já foi degradada. O cerrado é um tipo de savana exclusivo do Brasil, com alta diversidade biológica e alto grau de ameaça.

O estudo foi financiado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e pelo Banco Mundial. Foram mapeados 204,7 milhões de hectares pelo satélite Landsat, especialmente entre agosto e outubro de 2002, em 11 Estados. Trechos isolados dentro da Amazônia - no Amapá, no Pará e em Roraima - ficaram de fora.

O dado desta pesquisa já foi incluída no novo mapa de remanescentes dos biomas brasileiros, anunciado pelo MMA no fim do ano passado.

Valores Diferentes

Embora preocupante, o índice apontado pelo levantamento da Embrapa é menor do que o indicado por outro estudo, realizado em 2004, pela ONG Conservação Internacional. Ele indicava uma degradação de 57% do cerrado. Segundo a Embrapa, a diferença entre as porcentagens explica-se pela resolução usada - menor no caso da ONG, e 33 vezes mais precisa.

Os pesquisadores da Embrapa também analisam quais formações vegetais estão presentes nos remanescentes e quanto existe de área reflorestada e pastagem cultivada. O trabalho termina neste ano.

O cerrado é um dos biomas mais visados por produtores rurais e boa parte da vegetação original foi substituída por lavouras e pecuária. Áreas já degradadas podem ser reaproveitadas, diz o grupo.

Biodiversidade

O bioma contém mais de 10 mil espécies de plantas, das quais 4,4 mil são exclusivas dali; 837 espécies de aves; 161 de mamíferos; 150 de anfíbios e 120 de répteis. Sem contar os insetos: só no Distrito Federal, há 90 espécies de cupins, 1 mil de borboletas e 500 de abelhas e vespas.

Nos últimos anos, uma série de estudos sobre as espécies vegetais do cerrado mostra um potencial comercial. A Universidade de Brasília, por exemplo, mantém um banco de extratos do bioma. A intenção é extrair princípios ativos que possam se transformar em novos antibióticos, antifúngicos, antiparasitários e anticancerígenos - inclusive contra doenças negligenciadas.

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