BRASIL
COP30: setor de energia pede eletrificação para acelerar a descarbonização
Neoenergia reforçou a necessidade de esforços conjuntos para garantir a segurança energética

Por Georges Humbert*

A COP30 já chega à sua metade e revela movimentos estratégicos importantes no setor energético. Entre eles, ganhou destaque a atuação da Neoenergia, que anunciou seu patrocínio oficial, na categoria Ouro, à conferência climática realizada em Belém, reforçando sua aposta na eletrificação da economia como eixo estruturante da transição para um mundo de baixas emissões.
A empresa chegou ao Pará em ritmo intenso, após lançar no sábado (8) um dos projetos mais ambiciosos da agenda climática nacional: o Noronha Verde, investimento de R$ 350 milhões para descarbonizar totalmente o arquipélago de Fernando de Noronha até 2027. A iniciativa, que combina mais de 30 mil painéis solares e sistemas avançados de armazenamento de energia, rapidamente se tornou um dos assuntos mais comentados da presença empresarial no evento.
Durante a Cúpula dos Líderes, que antecedeu a abertura oficial da COP30, o presidente-executivo da Iberdrola e presidente do Conselho da Neoenergia, Ignacio Galán, reforçou a necessidade de esforços conjuntos para garantir a segurança energética em meio às mudanças climáticas. Para ele, a eletricidade de origem renovável é o ponto de convergência entre competitividade, justiça social e sustentabilidade. “Trabalhando juntos, os setores público e privado podem garantir energia segura, competitiva e limpa, criando uma sociedade mais justa e sustentável em todo o mundo. Podem contar com nosso total compromisso”, declarou.
A companhia pretende participar ativamente de debates sobre o futuro do setor elétrico e os compromissos do Acordo de Paris, ressaltando que a eletrificação ampla — dos transportes à indústria, da climatização ao processamento de dados — é um processo irreversível. Com a digitalização acelerada, o crescimento da inteligência artificial e a expansão das fontes renováveis, a demanda global por eletricidade deve dobrar nos próximos 15 anos. Para o Brasil, isso significa enfrentar o desafio de modernizar a infraestrutura elétrica, garantir estabilidade no fornecimento e manter a energia acessível.
O CEO da Neoenergia, Eduardo Capelastegui, destacou que o foco da empresa está, justamente, na modernização das redes. O Plano Estratégico 2025–2028 prevê R$ 30 bilhões em investimentos, principalmente em distribuição, digitalização e qualidade dos serviços. Em 2024, a Neoenergia foi a companhia que mais investiu em infraestrutura no país, segundo levantamento da ABDIB, com R$ 9,8 bilhões destinados à expansão e modernização do sistema elétrico.
Além de Noronha, a Neoenergia apresenta na COP30 iniciativas que ajudam a redesenhar a transição energética brasileira. Entre elas está uma das primeiras usinas de hidrogênio verde do país, instalada no Distrito Federal e voltada para abastecer veículos leves e pesados com energia solar; projetos de créditos de carbono na Mata Atlântica baiana; e ações de conservação marinha em Pernambuco, por meio da restauração de recifes de corais. A empresa também destaca programas sociais, como a Escola de Eletricistas, que já formou mais de seis mil profissionais, com forte participação feminina.
Outro ponto que chamou atenção em Belém é o apoio da Neoenergia à participação de jovens líderes climáticos na COP. A chamada “Delegação das Periferias rumo à COP30” busca ampliar a presença de jovens de regiões vulneráveis do Brasil no centro das decisões sobre clima, reforçando o caráter social da transição energética defendida pela companhia.
Com presença em 18 estados e no Distrito Federal, e reconhecimentos nacionais e internacionais em sustentabilidade corporativa, a Neoenergia utiliza sua passagem pela COP30 para reafirmar a visão de que o Brasil pode liderar a transição energética global. Mas, para isso, será necessário continuar investindo em infraestrutura, inovação e inclusão — tríade que a empresa traz como bandeira em Belém.
Em um momento em que o mundo discute como transformar promessas climáticas em ações concretas, a presença da Neoenergia na COP30 evidencia que o setor elétrico brasileiro tem capacidade, escala e projetos para contribuir de maneira efetiva com os caminhos da descarbonização.
*Georges Humbert é correspondente de A TARDE na COP30, em Belém
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