Coronel da PM que comandou repressão a ato em Recife é colocado na reserva remunerada
Ex-comandante da Polícia Militar de Pernambuco, responsável por ordenar a repressão a manifestantes em Recife no último dia 29 de maio em um protesto contra o governo Bolsonaro, o coronel Vanildo Maranhão foi movido para a reserva e receberá aposentadoria pela corporação.
A operação mal executada resultou na perda de visão de dois homens, atingidos por disparos de munição de borracha por parte da PM. A represália ao protesto foi transmitida ao vivo pelas redes sociais.
Tudo acontecia de forma pacífica, quando os agentes, a mando do coronel Vanildo Maranhão, se mobilizaram para encerrar de vez a passeata, sem se privar do uso de spray de pimenta, tiros de bala de borracha e bombas de gás e efeito moral.
Além dos homens que ficaram parcialmente cegos, a vereadora Liane Cirne (PT) foi agredida por PM's com spray de pimenta no rosto. Alguns policias também se negaram a prestar atendimento a manifestantes feridos.
Documentos revelados na última semana, de acordo com informações do UOL, comprovam que a ordem para encerrar o protesto partiu de Vanildo. A informação foi confirmada por um oficial, que teve a identidade preservada, em relato enviado aos subcomandante do Batalhão de Choque, Valdênio Corrêa Gondim Silva.
No ofício, ele relata que "por determinação do comandante-geral da PMPE", a Tropa de Choque deveria dispersar os manifestantes usando dos "meios dispostos".
Até o momento, Vanildo Maranhão não se pronunciou na imprensa sobre o caso.
Aos 50 anos, ele estava no cargo no governo Paulo Câmara (PSB) há quatro anos e três meses e tem no currículo o comando do Batalhão de Choque durante a Copa das Confederações e Copa do Mundo no Brasil.