De Raul Seixas a Chacrinha, sósias vibram na X-9

O tema da escola foi ambicioso: falar da Amazônia. A maneira como escolheram para contar a história, inovadora: Em um determinado momento, surge uma homenagem para o que os diretores chamam de "grandes brasileiros", como Carmen Miranda, Raul Seixas, Tim Maia e Chacrinha. Já que seria impossível trazer os originais, todos já falecidos, para a avenida, a aposta da escola foi nos sósias. Alguns "sósias profissionais", eles fizeram questão de demonstrar o quão honrados estavam por serem escolhidos para fazer a homenagem aos ídolos.

É o caso de Léo Seixas. Usando cabelo e barba iguais aos do ídolo, de quem também toma emprestado o sobrenome, ele vive de relembrar Raul Seixas. "Sou músico e hoje meu ganha-pão é tocar como cover do Raul", conta. "Tive a oportunidade de conhecê-lo em Saquarema, em 1972. Foi um grande homem, um grande ídolo. Fico muito feliz quando as pessoas pedem Toca Raul", afirma Léo, de 53 anos, que se apresenta em bares, festas e shows como o ídolo roqueiro.

Hélio Vernier, de 74 anos, há 18 como sósia de Chacrinha, admite: é difícil saber quando começa um e acaba o outro. "Todo mundo me chama de Chacrinha. Acho que ninguém me conhece mais como Hélio", brinca. Motorista de ambulância aposentado, ele complementa a renda com a representação do apresentador de televisão. "Eu era muito fã, e fico feliz de ter sido escolhido pela escola para vir ao desfile", afirma.

Já Regina Helena Mesquita, escolhida para representar Carmen Miranda no desfile da escola, tem uma carreira artística que passa ao largo da pequena notável. "Canto algumas músicas dela, mas sou meio-soprano", afirma ela, cantora lírica. Contudo, a ligação com a cantora não é recente. "Quando comecei a carreira, me disseram que havia uma entidade comigo quando eu cantava, e diziam que era o espírito da Carmen Miranda", afirma ela, que admitiu, antes do desfile, estar tensa. "É uma emoção dupla e um nervosismo triplo poder representar Carmen Miranda ", brincou.