Menu
Pesquisa
Pesquisa
Busca interna do iBahia
HOME > BRASIL
Ouvir Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Facebook Compartilhar no X Compartilhar no Email
26/09/2020 às 6:02 • Atualizada em 21/01/2021 às 0:00 | Autor: Ashley Malia

BRASIL

“É um movimento que veio para ficar”, afirma consultor em diversidade sobre programa de inclusão de rede varejista

Paulo Rogério Nunes é empreendedor, consultor em diversidade e autor do livro "Oportunidades Invisíveis" | Foto: Raphael Müller | Ag. A TARDE
Paulo Rogério Nunes é empreendedor, consultor em diversidade e autor do livro "Oportunidades Invisíveis" | Foto: Raphael Müller | Ag. A TARDE -

Após anunciar que o Programa de Trainee para 2021 seria exclusivo para pessoas negras, a rede varejista Magazine Luiza dividiu opiniões na internet, provocando intensas discussões, que vão desde a necessidade de ações afirmativas nas empresas brasileiras até a suposta existência de um “racismo reverso”.

Segundo informações divulgadas pela própria empresa, seu quadro de funcionários possui cerca de 40 mil pessoas, sendo 53% composto por negros. Contudo, ao analisar os cargos de liderança, é possível perceber que 84% deles são ocupados por pessoas brancas. Essa realidade de desigualdade se reflete na maioria das corporações nacionais e também em outros setores da sociedade.

Para a ativista do Movimento Negro Unificado (MNU) e mestranda em Literatura e Cultura pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) Samira Soares, o questionamento sobre racismo não gerava essa polêmica quando se percebia que 84% dos cargos de liderança ocupados na empresa eram de pessoas brancas.

“Os brancos só questionam espaços de visibilidade quando existem ações afirmativas, mas quando eles estão em maioria o processo é de silenciar-se para se manter no poder. É muita hipocrisia, e chega a ser extremamente equivocado, dizer que existe racismo reverso num país cuja população que mais morre é a população negra”, destacou.

A ativista relatou que, para ela, é nítido o quanto o Brasil é forjado no mito da democracia racial, onde existe uma falsa ideia de igualdade entre brancos, negros e indígenas, e a partir disso se naturaliza uma maioria branca em espaços de visibilidade, liderança e poder.

“Como é que existe racismo reverso se a maioria da população branca está em espaços de protagonismo e poder em qualquer empresa? Isso é uma análise que a gente dá conta de fazer e que a própria Magazine promoveu, em um aspecto de compreender a diversidade que era necessária dentro da empresa”, declarou a ativista baiana.

De acordo com Samira, a iniciativa da varejista e de outras empresas que já estão revendo a falta de diversidade nos espaços de liderança é um processo de ação afirmativa e reparação histórica. “Acho que essa iniciativa foi importante, porque é um ganho político e histórico. Isso está no âmbito dos nossos direitos. As ações afirmativas devem estar inseridas nas políticas de todas as empresas”, completou.

De acordo com o empreendedor, consultor em diversidade e autor do livro “Oportunidades Invisíves”, Paulo Rogério Nunes, o trainee é a porta para a liderança na empresa, pois são pessoas com potencial de crescer na instituição.

“Acho que a polêmica foi causada por grupos que não concordam com as mudanças da empresa, que aparentemente gostam de manter as coisas como elas sempre estiveram. E como sempre estiveram? É só dar um Google na palavra ‘trainee’ e ver as imagens que aparecem. Tem dados disponíveis de órgãos públicos e privados mostrando que o número de pessoas afrobrasileiras em cargos diretivos, de presidência e autogestão é muito pequeno” afirmou Paulo Rogério.

Ele explicou ainda que, nos programas de trainee, jovens são escolhidos para passar por vários setores da empresa, como uma forma de empoderar a carreira deles. O especialista também declarou que é um programa necessário e importante, pois, no médio e longo prazo, pode ajudar nessa distorção no número de pessoas de origem africana a estarem em cargos de destaque no mundo corporativo.

“Se os jovens que acessam esses programas tiverem o mesmo perfil e estudarem em escolas de elite, obviamente a liderança do Brasil no mundo corporativo, daqui a 10, 20 anos continuará sendo a mesma. Acho que agora a discussão tem que ser de ampliar os programas para que as empresas tenham mais diversidade já nos cargos de contratação imediata.”, pontuou.

Imagem ilustrativa da imagem “É um movimento que veio para ficar”, afirma consultor em diversidade sobre programa de inclusão de rede varejista
| Foto: Reprodução
Especialista tem livro lançado sobre inovação e diversidade em empresas

Grupo A TARDE recebe Selo da Diversidade Étnico-Racial

Em 2017, o Grupo A TARDE recebeu o Selo da Diversidade Étnico-Racial, concedido pela Prefeitura de Salvador, através da Secretaria Municipal de Reparação. O prêmio ao veículo de comunicação foi concedido na categoria Compromisso. No total, 148 entidades foram reconhecidas com o certificado.

O selo é uma identificação às empresas e organizações não governamentais que contribuem no combate à discriminação racial, com ações afirmativas e de igualdade ao longo do ano.

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar no Whatsapp

Cidadão Repórter

Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro

ACESSAR

Publicações Relacionadas

A tarde play
Paulo Rogério Nunes é empreendedor, consultor em diversidade e autor do livro "Oportunidades Invisíveis" | Foto: Raphael Müller | Ag. A TARDE
Play

Baile funk no Exército: militares curtem festa em Batalhão; vídeo

Paulo Rogério Nunes é empreendedor, consultor em diversidade e autor do livro "Oportunidades Invisíveis" | Foto: Raphael Müller | Ag. A TARDE
Play

Homem se esconde debaixo da mesa para tentar enganar juiz em audiência

Paulo Rogério Nunes é empreendedor, consultor em diversidade e autor do livro "Oportunidades Invisíveis" | Foto: Raphael Müller | Ag. A TARDE
Play

Vídeo: aviões da Azul e Gol colidem em Aeroporto de Teresina

Paulo Rogério Nunes é empreendedor, consultor em diversidade e autor do livro "Oportunidades Invisíveis" | Foto: Raphael Müller | Ag. A TARDE
Play

Homem diz que "preto tem que entrar no chicote no tronco"; assista

x

Assine nossa newsletter e receba conteúdos especiais sobre a Bahia

Selecione abaixo temas de sua preferência e receba notificações personalizadas

BAHIA BBB 2024 CULTURA ECONOMIA ENTRETENIMENTO ESPORTES MUNICÍPIOS MÚSICA O CARRASCO POLÍTICA