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Em crise de liquidez, Grupo Petrópolis pede recuperação judicial

Companhia é dona das marcas Itaipava, Crystal e Petra

Publicado quarta-feira, 29 de março de 2023 às 16:49 h | Autor: Da Redação
A defesa disse que as dívidas da companhia somam R$ 4,2 bilhões
A defesa disse que as dívidas da companhia somam R$ 4,2 bilhões -

O grupo Petrópolis, dono das marcas Itaipava, Crystal e Petra, entre outras, entrou com pedido de recuperação judicial na Justiça do Rio de Janeiro na segunda-feira, 27. 

O grupo enfrenta uma crise de liquidez há 18 meses decorrente da redução de receita, segundo a petição em que pediu recuperação. A defesa disse que as dívidas da companhia somam R$ 4,2 bilhões e, desse total, 48% são financeiras e 52% com fornecedores e terceiros.

Na terça-feira, 18, a Justiça concedeu ao grupo uma tutela cautelar de urgência que determinou a liberação dos recursos da companhia pelo Banco Santander, Fundo Siena, Daycoval, BMG e Sofisa. A empresa afirmava que a tutela era urgente para evitar o "iminente estrangulamento do fluxo de caixa".

No ano passado, a empresa vendeu 24,1 milhões de hectolitros de bebidas, o que representa uma queda de 23% na comparação com 2020, que significou um recuo de 17% na receita bruta do período.

Ao mesmo tempo, os custos do setor subiram e, ainda segundo a defesa da Petrópolis, não foram repassados ao consumidor. Também agravou a situação do grupo o aumento da taxa básica de juros, a Selic, que pressionou o nível de endividamento.

Essa elevação no juro tem gerado um impacto de R$ 395 milhões por ano no fluxo de caixa da companhia. Na petição, a Petrópolis, representada pelos escritórios Salomão Sociedade de Advogados e Galdino & Coelho, afirmam que, até o fim de março, haverá uma necessidade de capital de giro acumulada R$ 360 milhões superior ao projetado para o período e que, até 10 de abril, será R$ 580 milhões superior.

A combinação desses fatores, exógenos e alheios ao controle das requerentes, gerou uma crise de liquidez sem precedentes no Grupo Petrópolis, que comprometeu seu fluxo de caixa a ponto de obrigá-lo a buscar a proteção legal com o ajuizamento deste pedido de recuperação judicial. 

O grupo Petrópolis foi procurado para se pronunciar, mas não se manifestou.

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