"VISÃO EUROCÊNTRICA"
Embaixador brasileiro aponta desatenção com guerra na Etiópia
Villarinho destacou disparidade no tratamento em relação ao conflito na Ucrânia
Por Da Redação
O embaixador brasileiro na Etiópia, Luiz Eduardo Villarinho Pedroso, destacou a disparidade de tratamento com guerras que acontecem no continente europeu. O país da região estratégica do Chifre da África está em guerra desde novembro de 2021, mas sem o apelo midático ocorrido com a Ucrânia.
Atualmente, o conflito etíope já deixou milhares de mortos e 2 milhões de deslocados. Nas palavras de Villarinho, o motivo para tal guerra não receber a mesma atenção da comunidade internacional do que a tensão no leste da Europa, ocorre em partes devido a uma "visão eurocêntrica".
Villarinho começou a representar os interesses do Brasil na Etiópia há três anos. Meses atrás, o país africano fechou embaixada em Brasília e em dezenas de outras capitais pelo mundo. Apesar do apelo, o embaixador brasileiro diz compreender a atenção em torno da Ucrânia.
“Estamos lidando, aí, com uma potência nuclear, um membro permanente do Conselho de Segurança. Não quero ser taxativo nisso, mas há sempre, também, uma visão mais eurocêntrica das coisas. Um conflito na Europa tende a despertar mais atenção da mídia e da comunidade internacional”, explicou.
Etiópia e Brasil
Enquanto o governo etíope não encontra uma solução para o sangrento conflito em andamento, resta ao embaixador conduzir a difícil missão de convencer empresários brasileiros a investirem em um país em guerra, porém com grande potencial de crescimento.
Segundo Villarinho, as principais oportunidades estão no setor de “energias renováveis”. O mercado etíope é considerado bastante promissor em geração de energia, tendo inaugurado recentemente uma grande hidrelétrica para o rio Nilo.
No fim do ano passado, a embaixada do Brasil emitiu um comunicado recomendando que brasileiros não viagassem ao país sem real necessidade. Villarinho atualizou as informações sobre a segurança na Etiópia e, atualmente, asituação na capital Abis Abeba está mais tranquila, mas as viagens turísticas ainda não são aconselhadas.
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